Autor: Filipe Manuel Neto
**É melhor esquecer que este “filme” existe e usar o VHS ou DVD para algo criativo.**
Quando eu decidi ver este filme já sabia o que ia encontrar, e não fiquei surpreendido com o quão mau e incrivelmente amador ele é. Para mim, é dos piores filmes que eu já vi: a história é um arrazoado de ideias sem ligação lógica ou sentido claro, previsível, aborrecida. Começa com uma escalada na corrida armamentista nuclear, hábil e prontamente resolvida pelo herói de um modo absolutamente inacreditável, e depois redunda numa rivalidade entre ele e um vilão que Lex Luthor cria virtualmente do nada, posto que as bombas foram destruídas. Há buracos quase do tamanho de casas neste enredo idiota, e o filme realmente parece ter sido feito de pedaços de várias histórias cosidos como uma manta de retalhos. Do subenredo romântico abordado no filme é melhor nem falar…
A performance do elenco não ajuda a salvar o filme. Não há virtualmente um único actor e actriz que mereça um destaque pela positiva. A culpa não é só deles, mas também do hediondo roteiro e do material indigno que lhes foi dado e da incompetência atroz do director Sidney Furie, que se revelou tão bom que teria sido melhor fazer o filme sem director algum. Christopher Reeve também merece uma nota negativa, com uma actuação presunçosa, pomposa e irritante, que é uma mancha indelével na sua carreira de actor.
Tecnicamente, o filme é mais do que antigo… é arcaico, primitivo e envelheceu terrivelmente. Os efeitos visuais e especiais utilizados são tão inaceitavelmente inverosímeis que não deveriam, simplesmente, ter sido aceites no filme. Quase que o transformaram num filme B. E valerá mesmo a pena falar de uma cinematografia sem qualquer profundidade, com uma péssima luz e cores lavadas? Talvez o melhor, realmente, seja esquecer este filme e usar o VHS para calçar uma mesa manca.
Em 15 Nov 2021