A Rainha

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Lançamento: 15 Sep 2006 | Categoria: Filmes

A Rainha

Nome original: The Queen

Idiomas: Inglês

Classificação:

Genero: Drama, História

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Produção: Granada Productions, Pathé Renn Productions, BIM Distribuzione

Sinopse

A notícia da morte da princesa Diana se espalha rapidamente pelo mundo. Incapaz de compreender a reação emocional do público britânico, a rainha Elizabeth II (Helen Mirren) se fecha com a família real no palácio Balmoral. Tony Blair (Michael Sheen), o recém-apontado primeiro-ministro britânico, percebe que os líderes do país precisam tomar medidas que os reaproximem da população e é com essa missão que ele procura a rainha.

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Reviews

Autor: Filipe Manuel Neto

**Os sete dias que abalaram a monarquia.** Este filme trata de uma personalidade ainda viva e contemporâneo de todos nós: a rainha Isabel II do Reino Unido, uma dos mais antigas monarcas da história recente e uma das figuras mais influentes do mundo. Neste filme, ela enfrenta os dias dramáticos após a morte da princesa Diana, numa das semanas mais negras da história da realeza britânica. Dirigido por Stephen Frears, o filme tem Helen Mirren no papel principal. A princesa Diana foi, enquanto viveu, uma das figuras mais influentes da realeza, ajudando a popularizar e a modernizar a monarquia da mesma forma que, décadas antes, Grace Kelly havia feito. Ainda hoje há pessoas com visões muito diferentes de Diana. Algumas pessoas idolatram-na, outra desprezam-na, acusam-na de manipular os tablóides. Por uma ironia do destino, foi essa fama e influência sobre as revistas cor-de-rosa que veio a matá-la, de uma forma que levantou controvérsias que, ainda hoje, são alvo de debate entre os teóricos das conspirações. No entanto, se há algo de que não existem dúvidas é a antipatia reinante entre ela e a sua sogra, a Rainha. Eram duas mulheres com uma personalidade muito forte e antagónica. Se Diana era virada para a emoção e sabia despertar e mostrar emoções, a rainha Isabel II é o oposto: desde pequenina foi educada para cumprir o seu dever, para representar o seu papel e impedir sempre que os sentimentos e emoções interferissem. Era uma rainha que tentou ser um exemplo, à sua maneira, profundamente britânica e impecável de ser. O filme mostra-nos isso, e mostra como Isabel II considerava Diana um elemento de fora da família (como de resto o era, após o divórcio do Príncipe Carlos). Formalmente, a soberana tinha razão, no entanto o povo nunca divorciou mentalmente a figura de Diana da instituição monárquica e exigiam-se funerais públicos e honras de Estado para uma mulher que, noutras circunstâncias, jamais as teria obtido. E se isto parece incompreensível para Isabel II, pior se torna quando se exige que ela demonstre pesar por uma nora que detestou toda a vida. E numa época em que as instituições reais europeias dependem, mais do que nunca, dos barómetros de popularidade, podemos considerar o quanto a soberana teve motivos para estar preocupada. Helen Mirren deu vida à rainha britânica de um modo absolutamente brilhante. Acredito que até a verdadeira rainha se deve ter conseguido rever na interpretação da actriz, que recebeu o Óscar. Ela conseguiu dar ao público a imagem de uma mulher dividida entre o que deve fazer e o que realmente quer. Uma mulher educada para governar e não mostrar fraquezas mantendo a compostura sob quaisquer circunstâncias e seguindo o protocolo, mesmo quando as pessoas exigiam que ele fosse quebrado. O filme mostra até uma das verdades menos conhecidas da monarca: saber conduzir graças ao período que passou como mecânica do Exército. Michael Sheen também brilhou no papel de Tony Blair, um primeiro ministro inteligente que rapidamente percebeu o que a rainha não estava a entender: que a vontade das pessoas estava acima do protocolo. O trabalho de maquilhagem e guarda-roupa esteva ao mais alto nível. Os cenários também ajudaram a configurar as personagens e mostrar a vida quotidiana da realeza sem cair no cliché dos luxuosos e impessoais salões vistos em palácios reais. A fotografia cumpre o seu papel com inteligência e a banda sonora, de Alexandre Desplat, é excelente e encaixa-se perfeitamente no filme.

Em 23 Feb 2018

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