Autor: Filipe Manuel Neto
**Depois de “Os Sete Magníficos”, deram-nos “A Preguiça dos Sete”.**
Apesar da aura que conquistou, a obra “Os Sete Samurais”, de Kurosawa, empalidece bastante ao ser comparada com a grandiosidade do filme “Os Sete Magníficos”. Todavia, e no seguimento do sucesso conseguido, os estúdios resolveram fazer mais filmes e sequelas. Eu vou ver todas, mas posso desde já dizer que esta não tem, sequer, metade da qualidade do primeiro filme.
Comecemos pelas qualidades redentoras, para não perdermos a vontade de escrever: Yul Brynner é um excelente actor, está absolutamente a vontade com o material que lhe foi dado e tem perfil para o filme. Aliás, ele é o único actor do primeiro filme que voltou para interpretar a sua personagem uma segunda vez – impondo, aliás, por condição, a dispensa de Steve McQueen, com quem ele tinha tido divergências difíceis nos bastidores da produção original. Temos ainda boas cenas de acção e tiroteios. Os desempenhos de Claude Akins, Robert Fuller e Warren Oates também não ficam atrás, com um grande esforço dos actores.
Tudo o resto, contudo, é decepcionante, a começar pelo roteiro: é exactamente igual ao que foi usado no primeiro filme, com a mesma história e a mesma estrutura. A aldeia que os Sete vão ajudar é exactamente a mesma que já salvaram anteriormente, pelo que os cenários e figurinos parecem ter sido reaproveitados. A banda sonora é exactamente a mesma do primeiro filme… isto é, este filme copiou o primeiro, mas com actores menos grandiosos e notáveis. Francamente infeliz… se os estúdios tinham assim tanta preguiça para investir e fazer um filme decente, mais valia não terem feito coisa nenhuma.
Em 31 Jan 2023