Autor: Filipe Manuel Neto
**Tão mau quanto poderia ser.**
Há certos filmes que são tão maus e decadentes que mereceriam quase um prémio. Este é um deles. Dirigido e escrito por um tal Jay Lee, que eu nunca ouvi falar, o filme é tão mau quanto se podia desejar (ou não).
A história é simples sendo ambientada num tempo distópico, em que George W. Bush governa os EUA, proibiu toda a nudez pública e imergiu o país numa dura guerra em várias frentes. A falta de soldados levou o Exército dos EUA a criar um vírus para devolver a vida aos soldados mortos em combate, transformando-os, na prática, em zombies guerreiros. Quando as coisas correm da pior forma, um zombie foge até um bar de ‘striptease’ onde consegue infectar a estrela local, uma loira que começa, então, a fazer espectáculos cada vez mais ousados, transformando todo o negócio num sucesso. O dono da casa resolve, então, infectar as outras dançarinas, o que vai levar a uma matança previsível.
O filme é realmente mau, e tão mau que dá quase vontade de rir. O pior nisto tudo é sentir tão claramente o desejo, por parte do director Lee, de fazer um filme cult. e popular. De facto, isso é revelador de um certo pretensiosismo idiota que fica mal ao invés de ajudar o filme. A história contada não tem qualquer sentido ou lógica, mas isso era pedir demais num filme tão básico, e o gore seria melhor se os efeitos utilizados não fossem tão primitivos como são. Pessoas ficam sem cabeça, sem braços, sem carne ao redor dos ossos, sem membro sexual… o filme poderia ser uma propaganda a um talho de carne humana.
O elenco é composto, na sua maioria, por ilustres desconhecidos. A excepção é o nome famoso de Robert Englund, o eterno Freddy Krueger, que neste filme aparece para dar vida ao dono da casa de ‘striptease’ e é, de longe, o actor mais experiente e capaz do elenco. As meninas do filme são bastante atraentes, condição sine qua non se imagina o papel de ‘stripper’, e aparecem nuas, em nudez frontal, traseira, total e parcial, durante boa parte do filme, o que é algo que se torna francamente cansativo. Jenna Jameson é a actriz mais marcante e podemos vê-la como veio ao mundo, mas isso não significa talento e ela, de facto, é uma actriz bastante pobre.
Tecnicamente, o filme é decadente. Todos os efeitos usados e a cinematografia gritam “baixo orçamento” e não fazem mais do que o mínimo exigido, com o sangue falso a parecer-se muito com isso mesmo: sangue falso. Os cenários e figurinos são bons o suficiente, mas é basicamente o que temos.
Em 15 Sep 2021