Autor: Filipe Manuel Neto
**Um filme decente, mas digno de ser esquecido.**
Fiquei verdadeiramente enjoado desta franquia após ter visto “Home Alone 4”, um dos piores filmes que me recordo de ter visto em bastante tempo. Mesmo assim, resolvi fazer das tripas coração e ver o último filme, a última pazada de terra sobre a sepultura de uma franquia de humor que começou maravilhosamente… e terminou horrivelmente.
Não acredito que valha realmente a pena falar do argumento escrito. Os argumentistas, num exercício de absoluta falta de criatividade e preguiça mental, limitaram-se ao simples exercício de recauchutar muito do que já vimos nos quatro filmes anteriores e tentar dar novo frescor introduzindo novidades como, por exemplo, a história de fantasmas que leva o menino a montar armadilhas para “caçar” a assombração. Desta vez, ele não é Kevin, uma personagem que agora já é uma segunda pele do actor Macaulay Culkin. A genética da personagem mantém-se a mesma, mas com outro nome e novo actor. O director, Peter Hewitt, dá-nos a estética de um telefilme básico, tanto no tratamento cinematográfico da imagem e da cor, como nas soluções usadas para os efeitos especiais e sonoros. Por isso, mas não só por isso, o filme parece mais barato e básico do que os mais antigos.
Christian Martyn não foi uma escolha totalmente feliz para a personagem principal. Ele até tenta, mas não é capaz de alavancar a trama devido à falta de carisma e às limitações, compreensíveis, na capacidade de interpretação. Afinal, é uma criança. Mas se tirarmos da equação todo o elenco infantil, ficamos com um conjunto muito competente de actores que, de modo algo ingrato, aceitaram sujeitar-se a este filme. Acredito que o pagamento tenha sido compensador o bastante. Malcom McDowell é o nome mais reconhecível para mim, e também o melhor actor presente no filme. Ele é especialmente dotado para vilões icónicos e isso funciona sempre bem com este actor.
Em 03 Oct 2025