Autor: Filipe Manuel Neto
**Um começo interessante, mas perde-se a partir do meio.**
Quando comecei a ver esse filme fiquei animado. Por fim, um bom filme de ficção científica com toques de suspense e uma boa tensão. Tudo gira em torno de uma série de números que começam a provar ser datas e números de vítimas de vários acidentes e desastres naturais, misteriosamente previstos por uma criança na escola. O mistério começa a ser investigado por um matemático, inicialmente céptico, mas que cedo se apercebe de que há algo estranho naquelas sequências numéricas.
O problema deste filme é que o roteiro se perde a partir do meio. Com o mistério das profecias resolvido, tudo fica muito mais previsível e perde interesse. O filme continua porque tem de continuar, a história tem de ser concluída, dando origem a buracos no enredo do tamanho de casas e inserindo uma data de simbologia religiosa sem motivo nem razão de ser. Li um comentário que dizia que o filme está cheio de propaganda subliminar à Igreja da Cientologia. Realmente há conotações religiosas, mas não sou especialista em mensagens subliminares ou nessa seita em particular, de modo que não posso identificar adequadamente a ligação a um culto específico.
Os dois pontos fortes do filme são os aspectos visuais, como a cinematografia, os efeitos visuais e especiais. Algumas cenas são espantosas, como o desastre de avião. As cenas finais, especialmente a sequência das pilhagens, também são visualmente impressionantes. A banda sonora e os efeitos de som também me parecem muito bem conseguidos.
A parte pior deste filme é a enorme previsibilidade de tudo a partir do meio, bem como o desempenho artificial e anti-natural de Nicolas Cage, que deixa de ser céptico de repente e de forma inacreditável. O final, apesar de ser visualmente bonito, é mais digno de um jogo de computador do que de um filme.
Em 05 Aug 2018