A Marca da Maldade

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Lançamento: 30 Mar 1958 | Categoria: Filmes

A Marca da Maldade

Nome original: Touch of Evil

Idiomas: Inglês

Classificação:

Genero: Crime, Thriller, Mistério

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Produção: Universal International Pictures

Sinopse

Quando um carro-bomba explode no lado norte-americano da fronteira entre os EUA e o México, Miguel Vargas, o agente antidrogas mexicano, inicia sua investigação, junto com o capitão da polícia americana Hank Quinlan. Quando Vargas começa a suspeitar que Quinlan e seu parceiro obscuro, Menzies, estão plantando provas para enquadrar um homem inocente, suas investigações sobre sua possível corrupção rapidamente colocaram em risco a si e sua nova esposa, Susie.

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Reviews

Autor: Filipe Manuel Neto

**Não é o melhor da obra de Orson Welles, e há alguns problemas e opções erradas, mas é ainda assim um filme com valor.** Um crime e dois homens totalmente diferentes: esta frase quase resume o filme todo. O director Orson Welles é um daqueles monstros que nos acostumamos a ter quase como uma “vaca sagrada”, que transforma em ouro tudo aquilo em que toca. E realmente, ele é responsável por grandes filmes e foi um excelente artista, que entendia o cinema como poucos entendiam. Porém, neste filme, o trabalho dele foi absolutamente atropelado por dirigentes estúpidos dos estúdios, e o resultado disso é que só muito recentemente é que foi possível ter acesso a uma versão deste filme que fosse parecida com aquilo que era a visão criativa do seu director. Parecida apenas! E o que temos aqui é um filme incrivelmente complexo que não podemos resumir com a facilidade com que eu o fiz: o crime inicial é apenas o incidente que espoleta a acção, e a sua relevância, verificamos nós, é realmente insignificante. O que conta aqui é a luta de personalidades, a batalha entre os egos conflituantes de dois polícias que se decidem a resolver o caso, cada um à sua maneira. De facto, não é o filme mais apelativo que a carreira do director nos deu, mas não deixa de ter valor por isso. E para percebermos a visão de Welles não basta ver o filme uma vez. Temos de perceber ‘nuances’ que passam despercebidas a um olhar desatento. É um exercício para os peritos de cinema, mais do que para mim, que faço parte do comum público comedor de pipocas, mas até eu vi que a obra que tinha diante de mim merecia ser vista detalhadamente. O filme que chegou até nós permite-nos ver o brilhantismo de Welles, que também teve responsabilidade nos diálogos e no roteiro criado, cheio de reviravoltas que podem complicar um pouco as coisas para nós se não estivermos com atenção, e, mas também nos dá bons actores num exercício dramático decente. Charlton Heston é uma aposta segura, mas é também um grande erro de casting: é demasiado anglo-saxónico para ser credível na pele de um latino! Welles deu vida à outra personagem principal, e é eficaz e dominante no papel. Em certa medida, ele nunca parece um polícia, mas apenas mais um bandido numa terra onde quem manda é quem se impõe pela violência. Mesmo assim, notei que é um homem desgastado fisicamente, e essa fragilidade estraga o efeito que ele pretende alcançar. Tecnicamente, o filme tem imensas qualidades, a começar pela cinematografia, que nos filmes de Welles é quase sempre uma das assinaturas do director. Além do uso de efeitos visuais inteligentes, o director empenhou-se no trabalho de câmara e na escolha de cada perspectiva, de cada enquadramento, e também depois na edição, que foi arruinada pela intervenção do estúdio. Os locais de filmagem e os cenários são realistas e convencem-nos bastante bem e a banda sonora é eficaz.

Em 05 Sep 2023

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