Autor: Filipe Manuel Neto
**Bom, apesar de algumas falhas.**
Este filme é um thriller muito competente, onde um taxista acaba envolvido numa série de crimes por causa do seu passageiro nocturno, que é um assassino que foi à cidade para matar várias pessoas numa noite.
O enredo começa com uma boa ideia, mas o desdobramento do filme revela muitos buracos na trama. Este é o seu principal problema. Tiros que erram o alvo de maneira esquisita (e conveniente), acidentes de carro incríveis onde ninguém se magoa e algumas outras outras situações irreais ou pouco convincentes completam os problemas do roteiro.
Os melhor deste filme são as cenas de acção, que são bem capazes de nos fazer esquecer (ou perdoar) os erros que mencionei. A forma como as personagens são apresentadas e desenvolvidas também é muito boa. Max é o exemplo mais flagrante. No começo, ele era um taxista perfeccionista, sonhador e tímido, mas superou esses bloqueios e encarou o problema em que estava envolvido. Isso torna-o querido do público, que se preocupa com o seu destino.
O trabalho dos actores é muito bom. Apesar de ser o nome mais sonante, Tom Cruise não merece mais aplausos do que Jamie Foxx, que brilhou de forma que não lhe permitiu dominar o filme. Na verdade, é raro ver Cruise, um actor acostumado a papéis histriónicos, numa personagem tão calma e contida, mas isso agradou-me. Jada Pinkett Smith interpreta a dama em perigo, o que nunca deixa de ser um clichê por mais bem feito que seja (foi). Mark Ruffalo e Javier Bardem também fazem parte do elenco, mas o enredo não aproveita o seu talento.
A fotografia é boa, apostando em close-up, imagem aérea ou cenas com a câmara em movimento, o que dá maior força e energia ao filme, especialmente nas cenas de acção. Os bons efeitos especiais, visuais e sonoros completam um rol de bons detalhes técnicos, num filme onde o roteiro é a única parte que não funcionou com deveria. Mas isso será um mal menor se nos deixarmos levar pelo filme.
Em 23 Aug 2018