Autor: Filipe Manuel Neto
**Não sendo tão bom como o primeiro, é uma boa sequela.**
Este filme é a sequela de *Hotel Transilvânia*, uma sequela expectável dado o sucesso do primeiro filme, que ajudou muito a Sony Pictures Animation a afirmar-se como um dos grandes estúdios de animação. Apesar de não ser tão bom como o primeiro filme, não lhe fica muito atrás e consegue entreter muito bem o público.
Neste filme, começamos por assistir ao esperado casamento de Mavis, a filha do Conde Drácula, com o humano Jonathan. Passado pouco tempo, ambos têm um filho, e o conde vai revelar-se um avô extremoso e carinhoso. Acontece que ele quer que o seu neto também seja um vampiro. Assim, à medida que a criança se vai aproximando dos cinco anos de idade, a altura em que os dentes caninos de vampiro devem aparecer, o Conde vai-se revelando cada vez mais obcecado com a ideia, forçando Mavis a tomar uma atitude.
O filme é bastante bom mas a história contada não é tão eficaz como a do primeiro filme. As personagens são as mesmas, com a adição de vários humanos da família de Jonathan, mas a quem é dada pouca relevância, limitando-se a surgir para pôr em evidência as dificuldades de convivência entre humanos e monstros. As cenas cómicas surgem pontualmente e resultam bem, sendo geralmente protagonizadas pelo Conde e pelos monstros principais, que não são mais capazes de assustar e se comportam de maneira pouco monstruosa. Os diálogos também funcionam maravilhosamente. O final foi o ponto mais francamente negativo do filme, na medida em que destoa por completo daquilo que aconteceu antes e quase não tem ligação com a trama principal. É como se tivesse sido colado a cuspo para dar ao filme uma meia hora a mais de comprimento.
Genndy Tartakovsky volta a assegurar a direcção e fá-lo bem, mantendo o grosso da equipa e do elenco do filme anterior. Adam Sandler continua a dar voz a Drácula e a mostrar ser muito bom nisso. Igualmente boas foram as contribuições de Kevin James, Steve Buscemi, Megan Mullally, Mel Brooks e David Spade. Selena Gomes e Andy Samberg também fizeram um bom trabalho de voz, mas enfrentam o problema de as suas personagens, neste novo filme, terem sido relegadas a um papel francamente secundário e sido bastante pouco desenvolvidas, com Mavis permanentemente irritada e Jonathan ainda mais idiota e imaturo do que no primeiro filme.
Tecnicamente, o filme assenta em animação computorizada e CGI de boa qualidade. Creio que a qualidade visual deste filme chega a ser melhor que a do primeiro filme. Boas cores, brilho e nitidez são características visuais bastante evidentes aqui. A escolha das canções e construção da banda sonora funcionaram muito melhor do que no primeiro filme. Gostei especialmente da canção *I’m In Love With a Monster*, fica no ouvido e tem ritmo.
Em 24 Jun 2020