Autor: Filipe Manuel Neto
**Uma caricatura cinematográfica.**
Este é um mau filme. Tarantino é, sem dúvida, um dos cineastas que menos aprecio, embora reconheça o seu legado para a arte cinematográfica. Infelizmente, este filme é desinteressante, chato, altamente estereotipado e tem um ambiente que nunca se harmoniza com o tempo e o espaço retractado, parecendo mais uma caricatura do que um filme sério e confiável. A culpa, claro, é o gosto incorrigível de Tarantino, que gosta de transformar um filme numa colagem de elementos importados de mil e um géneros de cinema diferentes. Às vezes, a colagem acaba engraçada mas, neste caso, é tão estúpida como um monstro de Frankenstein.
A credibilidade nunca fez parte do roteiro, infeliz e ilógico. As personagens são caricaturas e nunca se mostram capazes de chegar ao público, com os seus diálogos forçados e posturas teatrais. Possui um elenco forte, onde podemos ver Brad Pitt, Christoph Waltz, Eli Roth ou Diane Kruger, mas eles não são os culpados pela porcaria que é este filme. Eles fizeram o que Tarantino queria, do modo que ele queria. O filme ainda tem bons figurinos, mas a maioria dos cenários não é surpresa. Há algumas cenas bem feitas, mas a maioria é devido a uma performance enorme de Waltz... sem dúvida, o actor em melhor forma neste filme e o maior aspecto positivo a destacar. Apesar de ser um actor secundário, ele brilhou mais do que os principais, roubando os holofotes de Roth e Pitt (este deve ter sido o seu pior trabalho no cinema), merecendo o aplauso do público.
Em 13 Jun 2018