A Queda do Império Romano

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Lançamento: 24 Mar 1964 | Categoria: Filmes

A Queda do Império Romano

Nome original: The Fall of the Roman Empire

Idiomas: Inglês

Classificação:

Genero: Drama, História, Guerra

Site:

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Produção: Samuel Bronston Productions, Paramount Pictures

Sinopse

No auge da expansão geográfica do império romano, o general Lívio (Stephen Boyd) comanda a nova política do imperador Marco Aurélio (Alec Guinness), que quer a pacificação de fronteiras e a adoção para os povos conquistados uma certa autonomia. Mas Marco Aurélio acaba envenenado por Commodus (Christopher Plummer), filho ilegítimo que assume o trono e mergulha Roma no caos político e administrativo, o que dá origem à queda do Império Romano.

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Reviews

Autor: Filipe Manuel Neto

**Desinspirado e pesado.** As décadas de cinquenta e sessenta assistiram a uma proliferação de filmes épicos feitos em redor da Bíblia ou do Império Romano. Este é mais um, e não é um dos melhores ou mais interessantes. Na verdade, achei-o monótono e desinteressante. O filme começa nos anos finais do reinado do imperador Marco Aurélio, que morre numa fortificação de fronteira sem ter oportunidade de organizar a sucessão como queria. Quem lhe sucede no poder é o megalómano Cómodo, que não segue o legado paterno e toma um conjunto de atitudes que irá colocar em risco a viabilidade futura do império. Creio que foi um dos primeiros filmes de grande circulação a abordar a figura de Marco Aurélio, um dos melhores e mais marcantes imperadores romanos. Tanto ele quanto Cómodo vão ser novamente alvo da atenção do cinema em anos mais recentes, no filme *Gladiador*, o qual ainda é um dos mais marcantes e reconhecidos filmes sobre Roma. A história é boa e o director, Anthony Mann, fez um trabalho bastante satisfatório neste, que foi um dos seus últimos filmes. Satisfatório, mas sem aquela chama inspiradora que encontramos em várias outras obras de cinema épico. O que falhou? É difícil dizer, mas para mim boa parte do problema foi a forma como o roteiro foi concebido. O filme arrasta-se, sente-se pesado, e nós vamos passando de uma parada militar para outra, com um entremeio de cenas melodramáticas, por vezes soando a falso e com diálogos um pouco cliché. As paradas militares parecem incríveis e as cenas de combate são bem feitas, mas não chegam para dar vivacidade ao filme. Aquela faísca de emoção que pulsa em filmes como “Ben Hur” ou “Quo Vadis” nunca é sentida aqui. O elenco também foi parte do problema: no geral, limitou-se à mediania e Stephen Boyd, um dos actores principais ao dar vida a Lívio, foi mesmo medíocre e deu-nos um trabalho sem alma nem brilho. Já nem me atrevo a falar da absoluta falta de química com Sophia Loren, com a qual ele devia ter feito um par romântico. A actriz italiana, uma das mais bem pagas da sua época, é bastante hábil e achei-a convincente quando sozinha, mas não foi capaz de estabelecer qualquer entrosamento com Boyd, que parece ter feito este filme a contragosto, se pensarmos bem. O papel do grande vilão, Cómodo, ficou nas mãos de um ainda jovem Christopher Plummer, que se desembaraçou bastante bem da sua tarefa e nos dá um imperador egocêntrico, maníaco e credivelmente ameaçador. Nos antípodas temos a performance de Alec Guinness como Marco Aurélio, agradavelmente sonhador, tranquilo e idealista. O filme conta também com participações de Omar Sharif, James Mason, Anthony Quayle e Mel Ferrer. Os valores de produção são excelentes, e estão ao nível de um grande filme épico. Feito maioritariamente em Espanha, numa efémera “sucursal” cinematográfica americana que ali existiu e que o fracasso deste filme ajudou a sepultar em definitivo, aproveita bem as excelentes paisagens espanholas para as cenas exteriores, que ganham em verosimilhança e realismo. Os cenários e figurinos cuidadosamente elaborados merecem um aplauso pela forma como foram pensados: podem não ser realistas ou historicamente precisos, mas são visualmente extraordinários e dão brilho e colorido ao filme. Como noutros filmes épicos, há imensos extras, imensa gente envolvida, e é extraordinário pensar no esforço colectivo para um filme assim. A cinematografia é boa, mas não senti a força e o brilho vívido do tecnicolor de outros filmes: as cores deste filme parece mais lavadas, talvez com um abuso de luz nalgumas cenas também (há algumas cenas que deveriam ser de noite e parecem ter sido feitas em dia pleno). O filme conta também com excelentes efeitos especiais. Eu destacaria particularmente as cenas de luta e ainda uma cena de corrida entre dois carros de cavalos: em ambas as cenas o trabalho de câmara foi tão bem feito que nos sentimos no meio da acção, ou a correr num cavalo ao lado dos actores. Por fim, uma palavra para a banda-sonora, de Dmitri Tiomkin: apesar de ser dos meus instrumentos preferidos, senti que o órgão de tubos estava a mais e dava à banda sonora, especialmente à abertura, uma nota demasiado fúnebre.

Em 15 Nov 2020

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