Autor: Filipe Manuel Neto
**Fiel ao conto original, pode todavia impressionar as crianças mais pequenas.**
"A Christmas Carol", de Charles Dickens, é um conto que tem conhecido adaptações regulares para cinema e televisão, por isso mesmo os que não o leram conhecem a história e é difícil trazer algo diferente do que há lá. Isto é mau? Acho que não. Os clássicos da literatura sempre foram (e continuarão a ser) material bom para ser usado no cinema. Podemos mudar a perspectiva, dizer as coisas de maneira diferente ou simplesmente ser fiéis ao livro. É tudo uma questão de gostos. Pessoalmente, gosto de uma história fiel ao livro que lhe dá origem, acho que há mérito quando a adaptação consegue levar para a tela a magia do texto. E, para minha alegria, posso dizer que este filme capturou bem a magia de Dickens. Por isso, não vou perder tempo a falar do roteiro porque é famoso o suficiente para dispensar apresentações.
Sendo um filme com selo da Disney, estamos à espera de alguma qualidade, especialmente no que diz respeito às animações e à parte visual e sonora. E o filme não nos desaponta nesse campo, estando próximo da perfeição. A minha única crítica é a atmosfera um tanto sombria e gótica, que torna algumas cenas assustadoras e pouco adequadas a algum público infantil, a quem os pais vão mostrar o filme por ser da Disney.
Um ponto muito positivo deste filme é o elenco de actores de voz. O mais notável é Jim Carrey, um actor de voz consagrado e que sempre se destacou, mesmo em filmes não-animados, por saber usar a sua voz como poucos. A banda sonora é boa e discreta, não tendo as canções a que o estúdio nos habituou.
Em 29 Aug 2018
Autor: Pedro Quintão
A Christmas Carol (2009), realizado por Robert Zemeckis é um filme que, para mim, nos contagia de forma perfeita com o espírito natalício, tornando-se um dos meus favoritos de sempre para esta época do ano. Repleto de emoção, visuais deslumbrantes e uma mensagem intemporal, este é um conto que toca tanto os corações dos mais novos como dos adultos.
Esta versão de Zemeckis do conto de Charles Dickens, onde conhecemos o Ebenezer Scrooge, um velho avarento cuja vida é transformada por uma viagem sobrenatural com os fantasmas do Natal Passado, Presente e Futuro, mantém-se fiel à estrutura original. O filme consegue captar a essência do conto, lembrando-nos da importância de viver com generosidade, compaixão e amor. Apesar de já conhecer o desfecho, não deixo de me emocionar em cada visualização.
A captura de movimento utilizada por Zemeckis dá ao filme um aspeto quase mágico. Adoro aquela época temporal, Londres vitoriana ganha vida com uma atenção ao detalhe deslumbrante. A animação, apesar de já ter mais de uma década, tem algumas falhas nas texturas, mas continua a impressionar, especialmente nos momentos mais fantásticos.
Jim Carrey dá vida a Scrooge e aos três fantasmas, adaptando-se a cada papel com energia e emoção. A sua interpretação de Scrooge é equilibrada: inicialmente detestável, mas evolui de forma credível e comovente, levando-nos a torcer pela sua redenção.
Uma das coisas que mais adoro neste filme é que apesar de ser uma história natalícia, há um lado sombrio e quase assustador que eu aprecio imenso. Este tom mais negro, semelhante ao de Coraline (2009), dá ao filme uma identidade única, que o separa de outras obras de animação.
A Christmas Carol (2009) é mais do que um filme de Natal, é uma obra que nos relembra da importância de sermos boas pessoas e de amarmos o próximo. Para mim, é um clássico moderno que nunca falha em aquecer-me o coração e renovar o meu espírito festivo. Recomendo-o a todos, especialmente para uma noite de Natal em família. Este é um daqueles filmes que nunca me canso de rever e que preenche a época com magia, emoção e, acima de tudo, esperança.
Em 15 Dec 2024