Autor: Filipe Manuel Neto
**Inspirador, tocante e excelente para ver em família.**
Este é um excelente filme para ver com toda a família, enquanto transmite uma muito pertinente e edificante mensagem de integração e de superação. Baseado em factos reais, conta a história de Michael Oher, um jovem adolescente negro, de enorme estatura, que tem um grande coração e uma grande dose de bondade e paciência. Falta-lhe, no entanto, uma família: ele veio de origens humildes, de uma família desfeita e de um bairro problemático, e a vida não lhe permitiu estudar e, por isso, não tem instrução. Graças ao seu potencial para o rugby, o futebol americano, é admitido numa escola para ricos e é-lhe dada uma bolsa de estudos. Ali vai conhecer uma família muito rica, com quem travará uma grande amizade, marcante para ele e para todos naquela casa.
O filme é tão terno e cheio de bondade que por vezes soa quase como um conto de fadas. Não é fácil, actualmente, encontrar pessoas tão bem-intencionadas quanto aquela família, nem ver jovens que tenham o trajecto de vida de Oher e nunca tenham sentido revolta ou sofrido com a tentação de uma vida de marginalidade. É verdadeiramente tocante, e a história contada ganha o nosso coração rapidamente. Tecnicamente, é um filme discreto, que deixa todo o espaço para a história contada e para a boa interpretação do elenco. No entanto, podemos admirar a excelente cinematografia, uma edição muito bem feita e bons efeitos visuais e sonoros.
O elenco, de facto, é parte essencial do encanto deste filme. Desde logo pela soberba actuação de Sandra Bullock no papel de Leigh Anne, a matriarca da família. De espírito voluntarioso, forte e enérgico, ela é uma mulher de fibra e coragem que defende a sua família e aquilo em que tem fé com toda a sua energia, e Bullock é perfeita para interpretar mulheres com tamanha dose de personalidade. Ela ganhou, com este filme, o Óscar de Melhor Actriz, e mereceu-o com todos os méritos. Quinton Aaron também esteve bastante bem no papel do gigantesco Michael Oher, no entanto, Bullock rouba-lhe todo o protagonismo sempre que ela aparece em cena. Jae Head é uma boa adição e traz ao filme uma dose adicional de ternura. Tim McGraw e Lily Collins fazem o necessário, mas não sobressaem muito mais do que o exigível.
Em 30 Mar 2021