Poltergeist - O Fenômeno

Autor: Filipe Manuel Neto

**Ambicioso, mas preguiçoso.** Este filme podia ser apenas um remake, mas não é. Na verdade, parece ter ido buscar muito pouco aos seus antecessores em título. O roteiro é banal: como já aconteceu em milhares de filmes antes, uma família com filhos vai para uma nova casa, adquirindo sem saber a (pouco encorajadora) possibilidade de se assustar com a série interminável de fantasmas ali residentes. É claro que as crianças serão o alvo preferido, seja pela sua ingenuidade, seja pelo efeito que isso pode provocar no público. Nada de novo. Igualmente pouco original (vimos algo semelhante em "Insidious" e "The Conjuring") é o uso de um roupeiro como elemento de terror, eventualmente "devorando" uma das crianças. Eu não vou falar mais sobre o que acontece no filme para não dizer tudo. Eu só quis demonstrar que o filme é uma sucessão de clichés que já vimos noutros filmes. A direcção de Gil Kenan provou ser pobre, frágil e incapaz de exigir mais dos actores e equipa técnica ao seu dispor. Uma direcção preguiçosa, que se contenta com a mediania sem procurar a excelência. Os sustos são escassos e previsíveis: objectos que saltam para a tela, roncos, sons assustadores e flashes de luz. Posso dizer que nunca me senti verdadeiramente assustado enquanto via o filme. Sobre os actores, o que pode ser dito é que parecem ter tentado cumprir com o seu trabalho mas não foram dirigidos de maneira eficaz. Sam Rockwell e Rosemarie DeWitt estiveram decentes nos seus papéis e as crianças (especialmente Kennedi Clements e Kyle Catlett) cumpriram plenamente com o que lhes era pedido pelas respectivas personagens. Jared Harris e Jane Adams não parecem ter sido boas escolhas, num rotundo erro de casting. Nunca se adaptaram. Este filme está longe de ter a qualidade da franquia Poltergeist dos anos Oitenta e eu não sei se é honesto ligar esses filmes com este. Isso parece ambicioso demais, apesar de compartilharem o nome. Apesar disso, tenho a sensação que teria sido melhor com um roteiro mais criativo e um director mais exigente e hábil.