Autor: Filipe Manuel Neto
**Uma boa ideia que acabou por não funcionar.**
Este filme de baixo orçamento começa com uma premissa promissora: a lendária busca pela Pedra Filosofal, supostamente descoberta por um alquimista medieval chamado Nicholas Flamel. No entanto, toda a história é baseada num roteiro tão ambicioso que acaba por ser o seu próprio inimigo.
Um dos erros mais óbvios é misturar elementos históricos arbitrariamente, como o elo improvável entre um pseudo-cientista medieval (que, no máximo, conheceria algum latim) e uma tabuinha de pedra persa em aramaico, uma língua absolutamente desconhecida na Europa medieval. O uso das Catacumbas de Paris como local de filmagem foi uma excelente ideia, aumentando o valor e interesse do filme mas, apesar da atmosfera sombria e aterradora, não gerou grande tensão. Os sustos repetem-se, muitas vezes com sucesso, mas nada mais do que isso. Não há um clima permanente de medo ou suspense. O uso de um velho axioma cabalístico ("em baixo tal como em cima") é determinante para entendermos o enredo e o final do filme, sempre tendo em mente as palavras e os seus significados, que são difíceis de entender para aqueles que não são fãs do ocultismo.
Perdita Weeks é a actriz principal e faz um trabalho bastante razoável mas o resto do elenco não ajuda. A cinematografia é má e treme muito, apesar do uso de um grande angular que nos permite ter a noção do espaço claustrofóbico onde tudo se passa, pelo que acho que foi totalmente intencional, a fim de reproduzir melhor uma gravação amadora e não editada.
Em 12 Jun 2018