Rei Arthur: A Lenda da Espada

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Lançamento: 10 May 2017 | Categoria: Filmes

Rei Arthur: A Lenda da Espada

Nome original: King Arthur: Legend of the Sword

Idiomas: Inglês

Classificação:

Genero: Ação, Drama, Fantasia

Site:

Poster: Ver poster

Produção: Village Roadshow Pictures, Weed Road Pictures, Wigram Productions, Safehouse Pictures, Warner Bros. Pictures

Sinopse

Arthur (Charlie Hunnam) é um jovem das ruas que controla os becos de Londonium e desconhece sua predestinação até o momento em que entra em contato pela primeira vez com a Excalibur. Desafiado pela espada, ele precisa tomar difíceis decisões, enfrentar seus demônios e aprender a dominar o poder que possui para conseguir, enfim, unir seu povo e partir para a luta contra o tirano Vortigern, que destruiu sua família.

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Rei Arthur: A Lenda da Espada - Trailer Oficial Final (leg) [HD]

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Reviews

Autor: Filipe Manuel Neto

**Muita acção, muito CGI, muito dinheiro investido, mas muitos erros de anacronia, pouco sentido histórico, pouco investimento nas personagens num filme feito para ser esquecido.** Não consigo contar a quantidade de filmes que existem já tendo por tema as lendas arturianas ou as suas personagens e elementos. Eu poderia citar vários exemplos, mas creio que cada um dos leitores terá essa consciência e já terá visto pelo menos uns dois ou três filmes sobre isso. E a verdade é que alguns desses filmes são memoráveis, marcantes. Outros nem tanto. Este filme, em particular, eu creio, será esquecido depressa. Dirigido por Guy Ritchie, director ambicioso que nos dá filmes satisfatórios com a mesma facilidade com que nos agride com horrores, era supostamente o começo de um sexteto de filmes que nunca verá a luz do dia. De facto, este filme foi tão absurdamente caro de produzir e lançar que não tinha margem para render lucros à Warner Bros., a qual, naturalmente, cancelou o projecto. Vamos ser francos, o filme nem é mau e entretém razoavelmente. Porém, fiquei com a sensação de que não aposta verdadeiramente nas lendas arturianas, tomando apenas os seus elementos centrais, e os nomes das personagens, para criar uma história nova onde o CGI impressionante pudesse brilhar. De facto, é nos valores de produção e nos aspectos mais técnicos que o filme se destaca: o CGI é de alta qualidade, preenche a tela com efeitos visuais belíssimos, sendo que a luta final entre Artur e Vortigern é, talvez, um dos exemplos mais finamente acabados. O som é excelente, os efeitos sonoros funcionam maravilhosamente bem, e produzem um efeito quase imersivo, principalmente se tivermos um bom sistema "surround" disponível. Os figurinos, toda a concepção dos cenários, tudo é excelente e muito bem feito. O filme foi caro, mas nós vemos o dinheiro investido. Outro dos pontos fortes do filme é o seu elenco luxuoso, em que Jude Law brilha de um modo particular. Realmente, o actor está a viver uma fase excelente na sua carreira, a escolher bem os seus projectos e a dar sinais de maturidade e empenho nos seus trabalhos. Neste filme, ele é tão hábil e bom no que faz que rouba todas as atenções, dando à sua personagem uma aura de malícia e quase insanidade, adequada a alguém corrompido pelo poder. Também gostei muito do trabalho de Djimon Hounsou, e mesmo Charlie Hunnam desembaraçou-se bem, apesar de eu não gostar muito da forma como ele deu vida a Artur. Eric Bana tem um trabalho decente, no entanto, não tem margem para fazer muito, e tampouco o restante elenco. O filme não é bom para as mulheres: Astrid Frisbey é ridiculamente subaproveitada, enquanto Annabelle Wallis e Poppy Delevingne quase são reduzidas a figurantes. Isto leva-me ao primeiro problema deste filme: é demasiado contemporâneo para me conseguir fazer sentir o ambiente do século VI a.C., o período onde se acredita que Artur terá, por ventura, existido. Apesar dos cenários, das roupas, e mesmo da presença de alguns elementos arquitectónicos decantes que associamos ao Império Romano (aquedutos destruídos, algumas arcadas, uns antigos banhos públicos e até um anfiteatro), as personagens nunca são de facto pessoas daquela época, denunciando o século XXI na forma como se comportam. E depois temos ainda erros de anacronia gritantes como o uso de espadas (e outro armamento e vestimentas) do século XIII e XIV num filme que supostamente se deveria ambientar quase 700 anos antes. Outro exemplo de anacronia é a presença dos vikings no filme, quando seria mais óbvio termos pictos, anglos, jutos e mesmo alguns saxões, povos que pouco têm a ver com os vikings, cuja expansão marítima se daria séculos mais tarde. Outro problema deste filme é a direcção errática de Ritchie. Tão fascinado estava pelo CGI e por recursos visuais que o director se esqueceu do resto. O trabalho de filmagem e cinematografia é bastante fraco e inseguro; a edição, por sua vez, parece fazer cortes aleatórios e não é muito eficaz ou subtil. A banda sonora é banal e não fica no ouvido. Além disso, o exagero em CGI e efeitos levou a que o filme se sentisse artificial e desprovido de emoção e coração, ainda que continue a parecer um filme caro.

Em 18 Jun 2022

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