Autor: Filipe Manuel Neto
**Não vale a pena ver isto.**
Apesar de estarem longe de ser bons, os dois primeiros filmes da franquia *Senhor dos Desejos* (e em particular o primeiro) provaram ser peças de entretenimento toleráveis, e até certo ponto foram dando ao público aquilo que ele procurava. Infelizmente, este filme não conseguiu fazer isso e de honrar os seus predecessores. O filme é uma peça barata e cliché, em que soltamos o djinn que já conhecemos no meio de um ‘campus’ universitário onde ele, previsivelmente, conseguirá ser uma ameaça de peso para todos.
Confesso que gostaria de poder encontrar algumas caracterÃsticas redentoras neste filme, que de certo modo o fizessem ombrear, pelo menos, com o filme imediatamente precedente… no entanto, isso não aconteceu. Reconheço, todavia, que a participação de A. J. Cook ajudou muito e a actriz tentou, de modo empenhado e honesto, dar o seu melhor na sua personagem, que é a grande protagonista da história aqui. Também Jason Connery me pareceu empenhado e muito determinado a dar-nos algum trabalho de qualidade… mas o esforço dele é bastante prejudicado por uma cena de sexo a três, bastante desnecessária e excessivamente prolongada (sexo vende etc.), com abundância de nudez feminina. A personagem dele, de resto, também não me parece assim tão bem concebida.
Detestei ver John Novak no papel do djinn: o actor não conseguiu fazer um bom trabalho e de nos fazer esquecer a boa performance de Andrew Divoff nesta personagem, durante os filmes precedentes. Aliás, a produção foi muito imprudente ao permitir o afastamento de Divoff. Novak é incapaz de tornar a sua personagem verdadeiramente ameaçadora, diabólica e cruel, e mesmo a caracterização da personagem é bastante descurada e parece artificial.
A nÃvel técnico, o filme é verdadeiramente feio e desinteressante: além de uma cinematografia digna de um trabalho de amadores, o filme foi mal editado e os diálogos são artificiais e nunca soam bem. O orçamento muito limitado, claro, foi um problema permanente para a produção, que teve de arranjar meios e efeitos muito menos credÃveis. Isto nota-se, muito particularmente, ao nÃvel dos efeitos visuais e especiais, sendo do mais barato e desinteressante que já vi numa produção de longa-metragem.
Em 09 Jan 2022