Os Três Mosqueteiros

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Lançamento: 11 Dec 1973 | Categoria: Filmes

Os Três Mosqueteiros

Nome original: The Three Musketeers

Idiomas: Inglês

Classificação:

Genero: Ação, Aventura, Romance, Família

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Produção: Film Trust S.A., 20th Century Fox, Alexander, Michael and Ilya Salkind Productions

Sinopse

Adaptação da obra de Alexandre Dumas, em que o jovem D’Artagnan se une aos mosqueteiros Athos, Portohos e Aramis contra o Cardeal Richelieu, que deseja expandir seus poderes, e seu braço direito, Rochefort.

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Reviews

Autor: Filipe Manuel Neto

**Uma comédia de erros.** Confesso que esperava uma coisa mais séria deste filme, mas que também não me surpreendeu o que encontrei. De todas, a década de Setenta é, para mim, aquela onde os filmes foram piores e mais desagradáveis. Isso inclui comédias como esta, carregadas de alusões sexuais evidentes e de humor forçado, que envelheceu tão mal que acabou virtualmente no esquecimento. O roteiro é sobejamente conhecido e adapta para o cinema, outra vez, o romance de Alexandre Dumas em que um aspirante a Mosqueteiro precisa travar uma conjura palaciana em torno da rainha francesa, Ana. O filme tenta ser engraçado, mas é horrível. Ao optar pelo humor fácil e pastelão, com alusões sexuais constantes e diálogos cheios de duplos sentidos, o filme estragou-se. As cenas de luta são terríveis: todos lutam como se nunca tivessem visto uma espada, estivessem bêbados ou apostados em desmantelar metade do cenário caindo-lhe para cima. Algumas personagens, tais como Planchet ou Bonacieux, são despidas de dignidade e transformadas em palhaços. Os Três Mosqueteiros, que deviam ser lutadores experimentados, parecem fantoches pomposos e até o próprio D’Artagnan parece-se mais com um adolescente idiota, que pensa com o membro viril e não com a cabeça. Eu poderia ainda mencionar o facto de Constance ser, originalmente, filha de Bonacieux e não uma esposa ardente e adúltera casada com um velho… mas vale a pena? O melhor do filme é, curiosamente, o seu elenco luxuoso, cheio de nomes que eram sonantes à época. O problema é que nenhum deles recebeu bom material e não são capazes de mostrar o seu talento! Todas as personagens carecem de desenvolvimento e soam pior do que numa peça escolar. Começando pelo melhor, posso destacar Christopher Lee, que nos deu um Rochefort frio, digno, cavalheiresco e elegante; Faye Dunaway é igualmente contida e ameaçadora como Milady; Charlton Heston parece bastante apagado, mas ainda satisfatório num Richelieu que soa muito envelhecido; Geraldine Chaplin faz o que pode, mas às vezes parece perdida por ali; Simon Ward e Georges Wilson também se saíram bem, mas não têm muito para fazer e Oliver Reed é bastante digno quando não está a fazer comédia ou a fingir-se de bêbado. Feitas estas ressalvas positivas, o que sobra é desastroso. Michael York é imaturo; Jean-Pierre Cassel é um idiota; Roy Kinnear e Spike Miligan cansam o público com tantas piadas sem graça; Frank Finlay e Richard Chamberlain quase desaparecem do filme e Raquel Welch parece ter sido escalada para o papel com base no tamanho dos seios e na sua capacidade para os mostrar, em decotes ou através de um tecido mais fino. Tecnicamente, o filme tentou – e conseguiu – trazer para a tela a beleza da primeira fase do Absolutismo Régio. Filmado em Espanha – curiosamente, a terra natal da rainha Ana, uma das personagens principais – aproveita muito bem os magníficos locais de filmagem, como o Palácio de Aranjuez e o Alcácer de Segóvia. Os figurinos são bons, detalhados, parecem historicamente credíveis e vão ao encontro do imaginário de Dumas. Claro que há situações absurdas, tais como o xadrez de cães ou aquela espécie de “festa branca” no final (eu pensava que as festas brancas eram coisa de discotecas decadentes com luz negra a mais). A cinematografia corresponde ao estado da arte na época e está bastante datada, mas eu lidei bem com isso. A edição não é uma das mais subtis, com os cortes a serem, por vezes, bastante evidentes. A banda sonora esforça-se para ser épica, mas detestei ouvi-la “mastigar” temas como a marcha triunfal da ópera Aida, de Giuseppe Verdi.

Em 14 Feb 2021

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