Caçador de Demônios

Autor: Filipe Manuel Neto

**Sangue, risos e Dolph Lundgren.** Este é mais um daqueles filmes de terror que são tão maus que se tornam hilariantes, ou aborrecidos na melhor das hipóteses. Acompanha um caçador de demónios até à pequena cidade de Chicory Creek, no Mississípi, para tentar vencer um demónio que provoca caos à medida que leva as pessoas à loucura, saltando de corpo para corpo e provocando morte e banhos de sangue por onde quer que passe. Claro, as autoridades envolvem-se, e o FBI também, pelo que o filme conta com todos os elementos necessários para entretenimento de qualidade duvidosa, com carradas de sangue falso e mortes espectaculares. O filme pode facilmente tornar-se um prazer culpado para alguns ou uma absoluta perda de tempo para outros. Para mim, bem… eu diria que me encontro no meio: há momentos em que o filme realmente me divertiu muito. Mas noutros momentos aborreci-me muito, em particular com o final, que me pareceu extremamente previsível. O facto de o roteiro abusar de todos os clichés de terror slasher já inventados não ajuda, e a qualidade pobre da actuação do elenco geral também prejudica o filme no geral. Quase sem orçamento e sem um elenco decente, Mike Mendez tentou fazer uma omelete com apenas metade de um ovo, e o que resultou desse esforço são ovos mexidos: conseguimos deglutir, não nos sabe mal embora não pareça apetitoso, mas apesar disso já comemos a mesma coisa, mas muito melhor, noutros lugares e feita pela mão de outros cineastas. A nota de louvor que o filme merece vai exclusivamente para a equipa técnica de efeitos visuais e especiais e de maquilhagem, e também para Dolph Lundgren. De facto, o filme não teria a mesma qualidade sem os artistas de maquilhagem e de efeitos competentes e talentosos que foram empregados neste projecto, e que aproveitaram da melhor maneira as técnicas mais tradicionais da sua arte para fazerem face à magreza orçamental de todo o projecto. Eles merecem o meu aplauso, ainda que permaneçam sempre atrás da câmara e sejam os heróis silenciosos deste e de muitos outros filmes. Quanto a Lundgren, ele é o melhor actor presente no elenco e o único que realmente faz um esforço para interpretar uma personagem. Claro, o material que lhe foi dado é tão mau que ele não faz milagres e fica-se pelo que consegue fazer, mas ainda assim esforçou-se, e isso é louvável.