Autor: Filipe Manuel Neto
**Honra o seu predecessor, mas não é tão bom nem tão engraçado.**
Este filme de adolescentes (um dos géneros cinematográficos mais abomináveis que conheço) foi feito para parodiar alguns filmes de terror conhecidos, tal como já havia sucedido ao filme que o precedeu. Desta vez, as vítimas mais evidentes são o famoso *O Exorcista* e *A Mansão*. Não sei até que ponto era uma sequela previsível, mas o facto é que me parece ter honrado o filme inicial, muito embora a fórmula não seja tão interessante e seja mais difícil de suportar.
O filme é mais uma sátira aos filmes de terror, feita para entreter público jovem com riso fácil, piadas escatológicas e mil e uma alusões à sexualidade, nas suas diversas vertentes e variantes. Ao contrário do seu antecessor, que me pareceu uma espécie de “prazer culpado”, capaz até de agradar a quem não gosta deste tipo de humor, este filme não foi tão bem-sucedido: vai quase seguramente agradar a todos os que adoraram o primeiro filme, mas o mesmo não é garantido para os públicos que já são mais exigentes com o humor que consomem, ou que tenham asco a filmes “teen”. A razão para isso é simples: não é tão fresco, nem tão engraçado quanto o filme inicial, e há imensas piadas perfeitamente entediantes ou mesmo previsíveis.
O elenco é novamente liderado por Anna Faris, de novo na pele de Cindy, e ela faz um trabalho tão bom quanto no primeiro filme, todavia não é tão fresco nem traz nada de realmente novo, e por vezes a personagem foi excessivamente sexualizada, o que lhe retirou a ingenuidade idiota que a tornava engraçada. Outra actriz que está de regresso é Regina Hall, mas ela consegue ser ainda mais engraçada e iconoclasta do que no primeiro filme. Marlon Wayans e Shawn Wayans vão mantendo o registo com resultado menos interessantes. Tori Spelling não traz nada de especial ou interessante. Kathleen Robertson é um par de seios ambulante e Tim Curry não tem piada alguma.
Em 23 Jan 2021