Conduta de Risco

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Lançamento: 28 Sep 2007 | Categoria: Filmes

Conduta de Risco

Nome original: Michael Clayton

Idiomas: Inglês

Classificação:

Genero: Drama, Thriller, Crime

Site:

Poster: Ver poster

Produção: Castle Rock Entertainment, Mirage Enterprises, Section Eight, Samuels Media

Sinopse

Michael Clayton trabalha em uma das maiores firmas de advocacia de Nova York, resolvendo erros de seus clientes. Apesar cansado e infeliz, dívidas não permitem que ele deixe o emprego. Quando o principal advogado da empresa sofre um colapso e tenta sabotar casos de um cliente, Clayton é enviado para solucionar o problema e percebe a pessoa que se tornou.

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Reviews

Autor: Filipe Manuel Neto

**A relatividade da moralidade.** Este filme é um daqueles que vi por curiosidade, seduzido por um sumário muito reduzido do seu roteiro e também pelo elenco luxuoso, que inclui George Clooney e Tilda Swinton (a meu ver, uma daquelas actrizes algo menosprezadas pelo público, mas que tem um talento que não podemos deixar de reconhecer). Ainda bem que o fiz, o filme realmente merece atenção, muito embora tenha passado um pouco à margem das atenções do público geral. O filme tece um agradável thriller em torno de uma grande firma de advogados empenhada na defesa de um cliente indigesto: uma grande corporação química, tão culpada como o pecado numa acção de classe movida por vários queixosos, que a acusam de envenenamento. Quando o advogado que dirigia o caso, um dos mais experientes da firma, descobre a verdade, tem um colapso nervoso e fica tão possuído pela própria culpa que passa a fazer tudo o que pode para denunciar o que sabe, ainda que isso seja altamente prejudicial para a firma de advocacia que, desesperada para conter danos, mobiliza um colaborador cuja especialidade é gerir crises e lidar com situações difíceis, um homem altamente endividado, com a vida cheia de problemas e que é perito em relativizar a verdade. Porém, esta situação vai pôr à prova as suas capacidades, bem como a sua moralidade. Creio que nenhum advogado gosta de defender clientes inescrupulosos e que sabe serem culpados, mas para o bom advogado até o Diabo tem direito a defesa, e cabe ao advogado proteger ao máximo os interesses do seu cliente, por pior que ele seja. Este thriller usa bem o tema da culpa interior para questionar até que ponto um advogado consegue dissociar-se do que, profissionalmente, tem de fazer. Além do tema apelativo, o filme tem um elenco verdadeiramente sedutor. George Clooney é um daqueles actores que quase sempre se sai bem em tudo e tem um talento quase à prova de bala. Aqui, ele dá vida a uma personagem desagradável, alguém que eu não quereria para amigo e muito menos inimigo, um advogado experiente, ardiloso, hábil na manipulação de factos e para quem a verdade é uma questão de perspectiva. Mas o actor faz isso de um modo que é impossível não simpatizar com a personagem e perceber como ele se sente frustrado pelo que faz e pouco apreciado pelos próprios chefes, apesar de basicamente lhes lavar a roupa suja! Outra actriz que merece destaque é Tilda Swinton, que deu vida a uma das dirigentes da firma de químicos. Ela é uma mulher de poucos escrúpulos e cuja preocupação é salvar a face da firma ainda que isso signifique mentir descaradamente. Ela fez-me lembrar aqueles indivíduos que pegam num osso de frango assado, lavam e tentam vendê-lo como uma relíquia de um santo. O desempenho da actriz foi bom o suficiente para lhe valer o Óscar de Melhor Actriz Secundária, e creio que para isso contribuiu muito a forma como ela transformou a personagem em alguém à beira de um ataque de nervos ou um colapso mental. Mas ainda mais marcante, para mim, foi o desempenho de Tom Wilkinson numa personagem de cunho profundamente trágico. Penso que o filme é bastante morno nas questões técnicas. Não tem uma cinematografia que sobressaia de maneira nenhuma, e os cenários e figurinos são, basicamente, os que podíamos esperar encontrar. Em adição, temos ainda o facto de o filme demorar o seu tempo a suscitar a nossa atenção e a engrenar verdadeiramente. Uma coisa que eu gostei muito foi a forma como o filme começa, com todo um monólogo brutal acerca da firma de advogados, capaz de nos levar de imediato ao tema e nos colocar logo na tónica do filme. A cena da explosão do carro também foi bem feita e é o momento onde os efeitos especiais puderam participar mais visivelmente.

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