Poseidon

Autor: Filipe Manuel Neto

**Um espectáculo visual, mas podia ser ainda melhor.** Este filme é um remake de um outro filme, mais antigo, acerca de um navio de luxo que se vira em alto mar, por culpa de uma onda gigante. Claro, é uma mortandade da qual tenta escapar um pequeno grupo onde estão os heróis, no que parece o mais arriscado dos planos: sair para o ar livre pelo fundo do navio. Tecnicamente, o filme está muito mais evoluído do que o seu antecessor. Os tempos são outros, as formas de conseguir efeitos visuais e especiais evoluíram. É normal. O filme arrasa em questão de CGI e efeitos, visuais e sonoros, como sucede com a maioria dos filmes de catástrofes. A cinematografia é cuidadosa e os cenários do navio, com toda a sua beleza e grandiosidade (mesmo quando destruído), é impressionante e todo o filme é uma corrida contra a água do mar, que está sempre no encalço das personagens... mas basicamente é só isso! O filme mais antigo, um clássico de 1972, ainda consegue ser melhor. Não tem a grandiosidade dos efeitos digitais mas compensa em tudo o resto. Para piorar, o novo filme não consegue trazer nada de novo, copia inteiramente a história anterior. Quanto ao elenco, faz um papel satisfatório, mas não brilha. As personagens não têm tanta profundidade quanto no primeiro filme, mas a sensação constante de perigo permite ao público simpatizar com todas elas. Josh Lucas é bastante bom, mas a personagem dele, inicialmente desagradável e algo arrogante, pode impedir algum público de criar empatia. Kurt Russell é exactamente o oposto, e nós simpatizamos logo com ele, mas não está no seu melhor aqui por falta de material capaz para o actor trabalhar. Richard Dreyfuss esteve bem numa personagem simpática, porém secundária e Emmy Rossum tentou ser mais do que apenas uma donzela em apuros.