Autor: Filipe Manuel Neto
**Demasiado previsível e cliché.**
Este filme lembra um pouco "Sala de Pânico" e outros filmes que acontecem numa casa e cuja acção se concentra no medo de intrusos. Esses dois elementos são o eixo do enredo, no qual uma recém-divorciada acaba de mudar para um novo apartamento, alugado num negócio que parece bom demais para ser verdade: é espaçoso, está num bairro central de Nova Iorque e o preço é muito baixo. Para tornar tudo ainda melhor, o dono do apartamento que ela vai alugar é um solteiro atraente que parece interessado nela. Como o povo costuma dizer, "quando a esmola é demais o pobre desconfia". Quando algo parece bom demais, há razão para suspeitar. Afinal, o proprietário provará ser um maníaco, que passa o tempo a espiar a nova inquilina atrás das paredes. Já vimos coisas assim antes, não? Não é difícil imaginar o curso e conclusão deste enredo, ou é?
O problema deste filme é isso: a partir do momento em que o público percebe o tema da trama, tudo se torna óbvio demais. Pior que isso é o facto de que ambos, o vilão e a heroína, são um pouco estúpidos. Eu acho que as personagens foram mal pensadas e mal construídas. Quanto ao elenco, Hillary Swank é uma actriz com dois Óscares na prateleira da sala e Christopher Lee é igualmente notável (embora não tenha muito para fazer aqui). O talento deles não está em questão. Lee Pace é bom o suficiente para o pequeno papel que tem no filme. Em contraste, Jeffrey Dean Morgan parece ser um actor pobre e parece agir como uma cópia de Javier Bardem, querendo ser um amante latino ou um "sedutor de garrafa de vinho" (vejam "Vicky Cristina Barcelona" e irão entender onde quero chegar). Muito cliché, desculpem.
Em 25 Aug 2018