Autor: Filipe Manuel Neto
**Bom, mas não extraordinário.**
Este filme mostra, basicamente, o surgimento do Homem Aranha: a forma como Peter Parker, um adolescente, muda de vida após ter sido picado por uma aranha geneticamente modificada. Ele torna-se um herói, capaz de fazer justiça e proteger os mais fracos. Porém, do outro lado da barricada, surge o Duende Verde, um vilão que só ele pode travar.
Não sou um fã dos filmes baseados em banda-desenhada, mas devo reconhecer que este filme tem a sua qualidade. Mostra um herói que, apesar de tudo, não deixa de ser um adolescente com dúvidas e em fase de aprendizagem. O roteiro parece-me bem feito, apresentando uma história razoavelmente capaz de captar o interesse de quem nem gosta muito deste género de filmes.
Os actores parece-me ter feito um esforço positivo. Gostei de Tobey Maguire, ele foi bastante humano numa personagem que se arriscava a ser só um fato vermelho que salta de prédio em prédio. Willem Dafoe foi um vilão bastante bom e, mesmo antes de se transformar, soube dar um toque amoral à personagem dele. Kirsten Dunst, uma actriz que nem sequer aprecio largamente, fez um trabalho bem feito. James Franco não me surpreendeu, mas também não tem espaço para muito mais do que fez. J.K. Simmons foi uma surpresa, ao trazer-nos uma personagem profundamente irritante, mas que traz excelentes toques de humor ao filme.
Tecnicamente, o filme não surpreende nem é, sequer, brilhante. Aposta fortemente no CGI, como seria de esperar, mas não nos traz nada que nos impressione verdadeiramente. A fotografia é regular, com muitas cenas de acção pensadas para prender o público mas que se tornam cansativas com o passar do tempo. A banda sonora é boa mas também não é nada especialmente bom.
Em suma, é um filme de Verão, pensado para atrair largas massas de público e bilheteiras cheias, antevendo-se logo uma sequela previsível. É bom, é sem dúvida melhor que outros filmes de banda-desenhada, mas não é extraordinário.
Em 06 Oct 2019