Autor: Filipe Manuel Neto
**Um grande elenco com pouco para trabalhar.**
Este filme conta a história da missão Apollo 13, uma das mais famosas missões à Lua, não por causa do seu sucesso mas porque quase se tornou um desastre.
O roteiro é baseado em factos reais e pode ser um pouco entediante para aqueles que não conhecem o tema mas, como tudo foi barbaramente simplificado, qualquer um entende o filme rapidamente. Infelizmente, esse esforço para sintetizar tornou o enredo irreal, previsível e forçado, especialmente se levarmos em conta as piadas em torno do número 13 e outras situações menores.
O enredo dá grande atenção à forma como os astronautas foram preparados e escolhidos, bem como à forma como a NASA suou para trazê-los de volta. Neste campo, o filme é envolvente e deixa o público preso à tela. Outra questão que aborda, em óbvia crítica, é a inicial falta de interesse da mídia na missão. O filme tem alguns efeitos especiais, mas não são atraentes ou bonitos, excepto pelas cenas em gravidade zero. Pessoalmente, não tive nenhum problema com isso, acho que até deixa mais espaço para o drama.
Quanto aos atores, precisamos considerar o seguinte: o elenco é cheio de estrelas (Tom Hanks, Bill Paxton, Kevin Bacon, Gary Sinise, Ed Harris etc.) mas o filme não sabe o que fazer com elas. Hanks é o protagonista, mas é mal utilizado e gasta mais da metade do filme desejando a Lua e tentando controlar seus colegas de vôo. Ed Harris, numa personagem secundária, brilha quase tanto quanto ele e mantém a metade final do filme, numa excelente performance mas dentro dos padrões a que ele nos acostumou. O resto do elenco não brilha e há vários actores secundários que acabam por ser rebaixados a figurantes com falas.
Em conclusão: é um filme satisfatório mas está longe de ser bom. A mistura de um elenco forte com um roteiro reduzido pouco inspirado e reduzido à mínima expressão é tão ineficiente quanto um motor Ferrari num Carocha.
Em 23 Jul 2018