Autor: Filipe Manuel Neto
**A verdade pode ser relativa.**
Neste filme, vemos os esforços de Will Bloom (Billy Crudup) para conhecer a história de vida verdadeira do seu pai, Ed (Albert Finney / Ewan McGregor). Eles nunca se deram bem, mas agora ele está para morrer e é hora de acertar ponteiros. A verdadé é que Ed viveu uma vida de aventuras, mas como tem o hábito de as empolar fantasiosamente, ninguém sabe verdadeiramente o seu passado.
Os laços familiares são algo valioso nas nossas vidas e são o núcleo do enredo do filme, que procura mostrar o quão importante é conhecer e entender a nossa família. Nesses entrementes, o filme levanta questões pertinentes: qual a barreira que separa a verdade da falsidade? Pode um homem mentir dizendo a verdade? Quem é Ed Bloom, qual é o passado dele? É o que o filho tenta entender, sentindo-se frustrado pelo facto de ele não conhecer a vida do seu próprio pai. Não que ele nunca lhe tenha feito perguntas! O pai é que nunca parou de contar histórias.
O enredo é apelativo, mas a verdade é que senti que foi esticado até ao limite, tanto na verosimilhança quanto na capacidade de suportar um filme de duas horas. Tem um começo lento, aborrecido até, mas vai melhorando com o avançar do filme. As interpretações dos actores são boas mas não ultrapassam a mediania. O melhor actor presente é Albert Finney que, nem por acaso, é o mais veterano e aquele cujo personagem é mais rico e tem mais por onde explorar.
Quando encontrei este filme fiquei com a sensação de que seria um bom filme de fantasia, com criatividade e boas doses de imaginação, sobre qualquer coisa mirabolante como quase sempre acontece. Na verdade, o filme tentou sê-lo, mas também tentou ser um drama, e acabou por ser dispersar um pouco. É um bom filme na mesma, mas que eu esperava mais... lá isso esperava.
Em 16 Feb 2018