Autor: Filipe Manuel Neto
**Um bom filme de terror com lamentáveis falhas de roteiro.**
Este filme é inspirado num popular jogo de vídeo, o que faz imediatamente soar um alarme na minha cabeça... mas apesar das reservas iniciais, fiquei surpreendido pela positiva. Não é o melhor filme de terror que já vi mas é bastante intenso, principalmente para quem não conhece o jogo, o que é o meu caso.
A acção acontece em Silent Hill, uma pequena vila em ruínas que foi abandonada às pressas após um grave incidente ambiental (qualquer semelhança com a cidade de Centrália não é mera coincidência) e agora é assombrada por entidades sobrenaturais, poderosas e cruéis, ligadas ao passado do lugar. Aqui, uma jovem mãe procura pela sua filha desaparecida.
A história começa muito bem e fica melhor à medida que somos brindados por uma sucessão de eventos e aparições assustadoras. É como se houvesse um alter-ego, escuro e assustador, da própria vila, e que só aparece à noite. De dia, tudo é tranquilo, embora envolto numa neblina permanente e teimosa. De noite, a cidade é um palco para criaturas que são verdadeiramente o produto de um pesadelo. Mais assustador impossível. Claro, o filme está repleto de CGI, imponente e bem trabalhado, assim como de bons efeitos sonoros e visuais.
O roteiro, no entanto, carece de solidez e há vários furos que o filme simplesmente ignora, deixando coisas por explicar para tentar contar uma história ridícula envolvendo bruxas. A certa altura, toda a história do filme só se aguenta se ignorarmos as incongruências e nos concentrarmos exclusivamente no que estamos a ver.
Radha Mitchell dá vida à personagem principal, a mãe que procura a sua filha, mas fá-lo de forma tão forçada e implausível que só podemos concluir que foi um erro pô-la naquela personagem. Jodelle Ferland deu vida a Sharon e à sua alter-ego, Alessa, a grande vilã. Para tão jovem actriz é, sem dúvida, um teste de versatilidade mas, diga-se em abono da verdade, não eram personagens muito difíceis. Sean Bean também aparece no filme, mas a sua personagem é tão absurdamente mal utilizada que o actor acaba quase como figurante.
Em 12 Jun 2018