Autor: Filipe Manuel Neto
**Um ícone do cinema.**
Dorothy é uma jovem que vive numa quinta do Kansas, mas um tornado arrasta-a para uma terra mágica onde passará por várias aventuras antes de voltar para casa. Dirigido por uma equipa liderada por Victor Fleming, o elenco é liderado por Judy Garland e Frank Morgan.
Estamos perante um dos filmes mais famosos de todos os tempos, precursor dos filmes musicais, de fantasia e de aventura. E não é por acaso que muitas das suas cenas estão na memória colectiva. Foi um marco para o cinema, e quase todos o viram, seja no cinema, na televisão, em DVD ou qualquer outro formato. O roteiro é interessante e leva crianças e adultos a dar voltas à imaginação, com a quantidade de bruxas, fadas e coisas impossíveis que nos são mostradas. Não há momentos mortos, tudo é belo e perfeito. A edição do filme foi cuidadosamente feita e a fotografia, com um contraste impressionante entre cenas em cores vivas e em sépia, marcou a "fronteira" entre o nosso mundo e o mundo mágico de Oz. Tudo isso pode até parecer-nos banal, mas foi inovador para a época. Era o advento do tecnicolor.
As personagens tornaram-se igualmente icónicas. Rever o Espantalho, o Homem da lata e o covarde Leão é delicioso não importa a idade que se tenha. Eles tornaram-se paradigmas do potencial inexplorado dos seres humanos, de pessoas que tentam superar as próprias inseguranças e falhas. Dorothy, por outro lado, representa um ideal de bondade e de virtude, e o seu cão Totó é o exemplo do lealdade. Por sua vez, o Feiticeiro acaba por fazer a ligação entre mundos. Garland teve tão bom desempenho neste filme que alcançou uma fama instantânea e foi uma das mais aclamadas actrizes da era dourada do cinema.
O filme também tem vários efeitos especiais, claro que ainda rudimentares e limitados às técnicas existentes, mas funcionais e eficazes. Por sua vez, a banda sonora do filme é talvez das mais recordadas de sempre. Possui vários temas e canções, compostas principalmente por Harold Arlen. Uma delas, "Over the Rainbow" ("Para Lá do Arco-Íris"), ganhou o Óscar para Melhor Canção Original e é um ícone ainda hoje, tendo sido mixada e cantada por diversos músicos e cantores desde então. O filme também ganhou a estatueta para Melhor Banda Sonora e foi nomeado nas categorias de Melhor Filme, Melhor Fotografia a Cores, Melhor Direcção de Arte e Melhores Efeitos Especiais.
Em 23 Feb 2018