Autor: Filipe Manuel Neto
**Um convite para repensarmos as nossas vidas.**
Neste filme, os sonhos de uma família americana serão transformados na sua própria doença, à medida que se transformam em vícios mortais. Dirigido por Darren Aronofsky, conta com a participação de Ellen Burstyn, Jared Leto e Jennifer Connelly.
Este é um dos filmes mais perturbadores que já vi. Mas isso não é um defeito. Na verdade, é a maior qualidade deste filme: ele muda a maneira como pensamos. Chocante e assertivo, mostra como uma pessoa pode dispor da sua própria sorte, concentrada no que quer e desperdiçando as coisas boas que já possui. E mais perturbador se torna quando reconhecemos, nas atitudes das personagens, as nossas próprias atitudes ou as de pessoas que conhecemos. Decididamente, é um filme que coloca alguém a pensar e foi feito para isso, não como entretenimento.
O roteiro é excepcional, o conceito é inovador. A maneira como o director fez todo o trabalho é competente e foi decisiva para o resultado final. Por falar no final, é perturbador e não recomendado para pessoas sensíveis, bem como várias outras cenas. O desempenho dos actores é bom, particularmente o de Ellen Burstyn, que é incrível no seu papel. Os cenários e figurinos são regulares. A fotografia é excelente, tornando-se mais escura e sinistra quando as personagens vão "para o fundo do poço". A banda sonora, de Clint Mansell, é uma das mais poderosas e perturbadoras do cinema, tendo sido inúmeras vezes reutilizadas em outras obras artísticas, filmes, trabalhos jornalísticos, etc.
Em 04 Mar 2018