Autor: Filipe Manuel Neto
**Um dos melhores filmes da franquia.**
Dirigido por Terence Young, produzido por Kevin McClory, Harry Saltzman e Albert Broccoli, este é o quarto filme de uma franquia que atinge a maturidade após a consagração com "Goldfinger". A participação da McClory
como produtor pode até parecer estranha mas, na verdade, é o resultado de um conflito legal ocorrido antes da produção e relacionado com os direitos cinematográficos em torno do material original, de Ian Fleming.
Neste filme, o agente secreto é admitido numa casa de repouso quando descobre uma conspiração para roubar um jacto francês com duas bombas nucleares. Não tendo sido capaz de evitá-lo, Bond é enviado às Bahamas (outra vez as Bahamas) para contactar a irmã do falecido piloto do avião desaparecido e obter informações. Acontece que a menina é amante de Emilio Largo, um homem tão rico quanto sinistro. Para mim, uma das razões pelas quais este filme atingiu a excelência é a relevância do seu tema central: o perigo de um ataque nuclear, um assunto que, naquela época, estava muito presente na sociedade. A crise de mísseis em Cuba fora poucos anos antes e toda a sociedade, nos EUA como na Europa, vivia sob a ameaça iminente de uma guerra atómica.
Sean Connery deu-nos uma interpretação perfeita do seu James Bond. Rude, um pouco misógino com o sexo oposto mas sempre charmoso, marcou por décadas a imagem do que é suposto ser Bond. Além do cenário idílico das Caraíbas e de excelentes cenas de acção, o filme traz algumas máquinas curiosas, continuando uma tradição intimamente associada ao imaginário de 007. É o caso da "mochila a jacto" das cenas de abertura, do barco blindado usado pelo vilão ou do dispositivo respiratório usado por Bond em algumas cenas subaquáticas.
Claro que também não podiam faltar bondgirls atraentes, sendo que a escolhida para este filme foi a francesa Claudine Auger (ex-Miss França 1956 que, depois, veio a fazer carreira em filmes B ou levemente eróticos), que também foi dobrada para o inglês como sucedeu às antecessoras. James Bond, M, Q e Monneypenny mantiveram os mesmos actores dos filmes anteriores. Os italianos Luciana Paluzzi (no papel da assassina Fiona Volpe) e Adolfo Celi (no papel de Largo) completam o grosso do elenco deste filme que, até hoje, é o filme da franquia com melhores resultados na bilheteira.
Em 18 Feb 2018