Autor: Filipe Manuel Neto
**Podia ser muito melhor com alguma lógica.**
Guillermo Del Toro é um bom director, mas parece estar a aprender demasiado com Tim Burton, em vez de trilhar um caminho próprio. Gostei imenso de alguns dos filmes dele, especialmente “Pan’s Labirinth”, mas este filme, apesar dos méritos, não tem nada a ver com isso e nem parece do mesmo director.
O melhor deste filme são os elevadíssimos valores de produção. Visualmente, o filme é incrível e é realmente agradável vê-lo. Temos excelentes visuais, uma cinematografia estonteante e uma dose absolutamente imersiva de CGI de alta qualidade. Além disso, o filme conta com cenários e figurinos muito bem feitos, pensados ao pormenor e indiscutivelmente caros. O departamento de efeitos especiais, não obstante toda a computação gráfica utilizada, também teve uma série de boas oportunidades para mostrar o seu valor, e não deixou nunca de o fazer. A edição é boa, os cortes quase não se sentem e o ritmo do filme é extremamente agradável. Tudo boas razões para ver o filme, que foi um grande “blockbuster”.
O director Del Toro, não duvido, teve coragem para arriscar num filme que não se parece com nada do que eu já vi dele. Todavia, e como eu disse, ele é bom, é criativo e é perfeccionista no seu trabalho, assegurando-nos um trabalho impecável neste filme. O elenco conta com grandes actores, e todos eles estiveram ao melhor nível. Idris Elba é, para mim, o mais notável e o melhor de todos, mas também apreciei os esforços de Rinko Kikuchi e Charlie Day. A pior actuação veio de Ron Perlman, mas deve-se largamente à má concepção da personagem, a qual é uma caricatura grosseira a um vulgar traficante sem gosto algum. Charlie Hunnam, sinceramente, foi um actor que me passou largamente ao lado. Senti que não só lhe faltou o carisma e capacidade para prender o público e ser o protagonista, como também não tinha habilidade para a tarefa.
Deixei, propositadamente, o roteiro para o final porque, para mim, é aqui que se radicam todos (ou quase) os problemas do filme. O roteiro baseia-se numa invasão alienígena da Terra: vindos do fundo do mar, os extraterrestres tomam a forma de monstros gigantescos, forçando todo o planeta a unir-se e criar monstros de metal capazes de lhes partir a cara. O primeiro problema é a falta de lógica destas premissas: como e quando os alienígenas chegaram ao nosso mundo, e como puderam penetrar na crusta terrestre? Isso não é explicado, nem a forma como os países custearam a construção e manutenção de tais máquinas metálicas, ou tampouco como fazem para caminhar e lutar num oceano tão profundo quanto o Pacífico. Como aguentaram o calor do planeta? Como suportaram as pressões no fundo do oceano? As batalhas contra os monstros decorrem quase sempre na área costeira junto das grandes cidades, ameaçadas, numa alusão clara a filmes como “Godzilla” ou “Transformer’s”. Os diálogos também carecem de qualquer espécie de autenticidade. O filme simplesmente compensa tudo isto com toneladas de acção.
Em 06 Jan 2023
Autor: tmdb34195587
**Círculo de Fogo: Fantástico em termos visuais, mas carente de profundidade**
O filme é visualmente impressionante, com cenas de ação e CGI de alta qualidade. No entanto, a trama e os personagens deixam a desejar. A história é simplista e não explorada em profundidade, enquanto os personagens são desinteressantes. Apesar disso, o filme ainda entretém com suas sequências de ação impactantes.
Em 29 Jun 2023