Autor: Filipe Manuel Neto
**Guerra Fria em tempo de détente**
Neste filme, o décimo filme da franquia, Bond junta-se à agente soviética Triplo X, Amasova, após desaparecerem alguns submarinos americanos e soviéticos, situação que estava a gerar desconforto nas relações, já tensas, entre as duas potências. No Egipto, depois de diversos contratempos e desconfianças mútuas, encontram provas que lhes permitem ir investigar Stromberg, um industrial misterioso que vive numa espécie de estação subaquática no meio do Mar Mediterrâneo.
Dirigido por Lewis Gilbert e produzido por Albert Broccoli (Harry Saltzman deixou a franquia após falir), é considerado um dos melhores filmes feitos no tempo em que Roger Moore foi o 007. Contudo, eu acho que tem uma história tão parecida com as de "Só se Vive Duas Vezes" e "Operação Relâmpago" que à s vezes confundo os filmes. Neste filme volta a observar-se a rivalidade entre os Estados Unidos e a URSS, algo que nem sempre é visÃvel nos filmes da franquia mas ainda muito presente quando o filme foi lançado. Contudo, desta vez, estamos numa era diferente, de relaxamento da Guerra Fria, a que veio a chamar-se "détente". É divertido ver o relacionamento entre Bond e Amasova, oscilando entre a amizade com uma certa atracção fÃsica e a enorme desconfiança e vontade de estar um passo à frente do outro. Uma das cenas mais icónicas do filme é a sequência em Luxor, onde os dois procuram roubar um microfilme para então lutassem entre si por ele. Máquinas e invenções também fazem parte do filme, como o incrÃvel carro anfÃbio e um petroleiro capaz de conter uma base naval. Nota positiva também para os créditos de abertura, com a música "Nobody Does It Better" por Carly Simon.
Neste filme, além do elenco central, temos a bondgirl Barbara Bach no papel de Amasova, Curd Jürgens foi o vilão, Stromberg, e Richard Kiel deu vida ao assassino implacável "Jaws", famoso pelos seus dentes metálicos e incrÃvel resistência.
Em 19 Feb 2018