Autor: Filipe Manuel Neto
**Podia ter sido melhor.**
Quando vejo um filme do 007 espero sempre por algo bom e reconheço o esforço continuado dos responsáveis de toda a franquia para nos brindarem com filmes excelentes. No entanto, nem sempre as coisas correm bem. Este filme, que foi dirigido por John Glen, é o décimo terceiro filme da franquia e nele Bond investiga a morte de outro espião britânico. As pistas levam-no à Índia e à filha de um antigo inimigo.
Adorei ver as paisagens e o exotismo das cenas na Índia e o comboio de viagem para Berlim Ocidental. O roteiro tem também ideias boas: o roubo de obras de arte, o perigo de um ataque nuclear etc. Moore tentou estar à altura do que lhe era pedido e fez um trabalho ainda dentro da linha dos filmes anteriores, mas o actor já acusa alguma idade para a personagem. Ele tinha 55 anos neste filme e era suposto já ter abandonado a franquia, mas pediram-lhe que não se retirasse já pois estava em produção um filme concorrente, "007 Nunca Digas Nunca Mais", com o mítico Sean Connery a voltar à personagem, e toda a produção temeu o pior.
De qualquer forma o actor não esteve mal, nem o restante elenco. O mal deste filme são algumas das suas opções de roteiro. James Bond pode acertar ou falhar mas sabe sempre o que está a fazer, ou quase sempre. E o facto é que Roger Moore nos acostumou a um estilo impassível, muito controlado e britânico. O "seu" Bond nunca age impensadamente ou mediante impulso... e foi desagradável ver isso acontecer neste filme. Refiro-me em concreto às cenas onde ele, após não ser capaz de desactivar uma bomba, irrompe por uma tenda de circo aos gritos para que as pessoas saiam de lá. Neste filme ele também se disfarça de palhaço e de gorila. Eu entendo que ele tenha de se disfarçar para fugir... mas que foi um pouco humilhante para a personagem ver-se naqueles trajes e situações foi, e não sei como Moore foi capaz de permitir isso. Pessoalmente, não gosto muito deste filme por isso.
Neste filme, além do elenco central participou Maud Adams no papel de Octopussy, Louis Jourdan deu vida ao vilão, Kamal Khan; Kabir Bedi fez de Gobinda e Robert Brown assumiu o papel de M, que fora deixado vago pela morte de Bernard Lee.
Em 19 Feb 2018