Autor: Filipe Manuel Neto
**Um bom filme de entretenimento.**
Filmes sobre o mundo da magia e do ilusionismo há vários disponíveis, e muitos são de grande qualidade. Este filme é mais um, e eu penso que é um dos mais interessantes e apelativos que circula por aí.
A história é simples, bastante fácil: quatro ilusionistas que actuavam sozinhos e não tinham fama são reunidos por uma mão invisível para um plano audacioso que eles não sabem bem qual é, mas implica a realização de truques de magia ao mais alto nível e que prometem torna-los no grupo de mágicos mais famoso e bem-sucedido do momento.
Não vou discutir acerca de os truques de magia incríveis do filme serem exequíveis na vida real porque não percebo nada de ilusionismo. Mesmo assim, é bastante óbvio que muitos não iam funcionar, ou teriam de contar com a colaboração voluntária de terceiros. Seja como for, não me parece que isso estrague o filme se o encararmos como uma peça de entretenimento e não como um documentário de ilusionismo. A direcção de Louis Leterrier parece-me muito eficaz e assegura um ritmo agradável, sabendo tornar o filme apelativo e divertido. O roteiro, apesar das falhas de credibilidade, funciona razoavelmente.
O elenco é liderado por um pequeno grupo de actores: Jesse Eisenberg foi eficaz no papel de um ilusionista convencido e presunçoso mas talentoso também. O problema mais evidente que o actor terá sentido é o facto de a personagem dele ser claramente irritante, mas acho que isso fazia parte da personalidade e maneira de ser dela, e o actor fez bem em ser fiel ao que a personagem lhe exigia. Woody Harrelson também esteve muito bem no papel de um mentalista, e Mark Ruffalo e Melanie Laurent foram impecáveis como polícias, sendo que ela soube ser mais do que apenas um rosto bonito. O mesmo se pode dizer de Isla Fisher, perfeita no papel de uma ex-partner que agora é artista de fugas impossíveis. Claro que o filme fez uso da beleza física de ambas as actrizes, mas sem exageros nem retirar profundidade e interesse às personagens delas. Morgan Freeman e Michael Caine são impecáveis.
Tecnicamente, é um filme bastante bom: a cinematografia foi muito bem-feita, adaptando-se bem às variações de luz e de cor. Os cenários e figurinos parecem realistas e credíveis, dentro do que se poderia esperar, e o mesmo se pode dizer do CGI e dos efeitos visuais utilizados. A banda sonora é excelente e fica no ouvido.
Em 15 Oct 2020