Autor: djonyf
Muito intenso e com um dos finais mais viscerais de todos os tempos, é um jogo de poker com muitos blefes, pois não se sabe quem está no controle. Quando frente a frente o assassino e o detetive, sabemos quem tinha a melhor mão. Ótimo trabalho de Brad Pitt, Morgan Freeman, Kevin Spacey e do diretor David Fincher.
Em 20 May 2017
Autor: Filipe Manuel Neto
**Um grande thriller.**
Neste filme, dois detectives devem trabalhar juntos para apanhar um psicopata obcecado com os Sete Pecados Mortais. Dirigido por David Fincher, tem um roteiro de Andrew Kevin Walker, e conta com Morgan Freeman e Brad Pitt como protagonistas.
O assassino é um louco que parece obcecado com um tópico naturalmente estranho: os Sete Pecados Mortais, que são conhecidos de todos aqueles que foram à catequese ou, no mínimo, têm cultura geral. Nunca se fala abertamente de religião mas o fanatismo religioso está muito implícito na história e no cenário, pelo que não é difícil deduzir que o assassino é, provavelmente, um fanático cristão. Isso pode desagradar ao público que se identifica com essa crença religiosa, muito embora eu seja cristão e me sinta totalmente à vontade com este filme. Goste-se ou não, é uma excelente ideia e deu origem a um grande enredo, capaz de manter o público atento até ao fim, apesar de várias cenas tão visualmente grotescas que podem fazer algumas pessoas mais sensíveis dispensar, prudentemente, as pipocas. Apesar das cenas mais fortes, o filme vai agradar aos fãs dos thrillers ou de filmes policiais. O ambiente é essencial neste filme e foi habilmente construído.
A maneira como as personagens principais se foram desenvolvidos é muito razoável. São dois detectives muito diferentes, pessoalmente e profissionalmente. São quase a antítese um do outro até que precisam fazer uma verdadeira parceria. Brad Pitt dá vida a um jovem activo e impulsivo, que choca naturalmente com a personalidade mais meditabunda e prudente da personagem interpretado por Morgan Freeman, que só quer fazer o seu trabalho bem feito e ir para casa no fim do dia mas que, por fim, vê que este assassino não vai parar e é diferente de tudo o que eles tinham visto antes. O trabalho dos actores é bom, especialmente Freeman, que incorpora a personagem com facilidade. Pitt também brilhou, mas a personagem dele é mais desagradável durante metade do filme, pelo menos.
O filme é excepcionalmente pesado. A imagem é escura, a maioria das cenas ocorre com pouca luz ou à noite (a excepção mais notável é a esquadra, com muitas cores claras). As cenas de crime geralmente estão às escuras ou possuem elementos negros (numa delas é o mobiliário, por exemplo). Há elementos religiosos evidentes ao longo do filme também. A banda sonora é interessante, e ajuda muito a adensar a tensão por via da repetição constante de acordes altos e longos. Em suma, é um filme profundo, psicologicamente desafiador, chocante e que promete não deixar ninguém indiferente.
Em 24 Feb 2018