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Produção: T-Street
O detetive Benoit Blanc conta com a ajuda de um jovem padre para investigar um crime perfeitamente impossível na igreja de uma cidadezinha que tem uma história sombria.
Sou um grande fã da saga Knives Out. O primeiro filme continua a ser um dos meus filmes de mistério favoritos dos últimos anos. O segundo não me marcou tanto, mas ainda assim divertiu-me. Por isso, as expectativas para Wake Up Dead Man estavam bem altas, até porque muitos críticos prometeram que este é o melhor capítulo da saga. A verdade é que gostei, mas não tanto como esperava. Sinto que o Wake Up Dead Man mostrou sinais de desgaste da fórmula, devido ao excesso dos mesmos truques narrativos. Há uma tendência constante para enrolar, para acrescentar camadas que não são metáforas nem um desenvolvimento mais profundo, mas sim pequenos detalhes adicionais criados apenas para confundir o espectador e prolongar a narrativa ainda mais. Para mim, quando um filme precisa demasiado desse truque, perde parte do charme. Em vez de nos sentirmos inteligentes por acompanhar o raciocínio, começamos a sentir algum cansaço. O elenco volta a ser um ponto forte. As personagens são sólidas e Daniel Craig está novamente muito confortável como o Detetive Blanc. Gostei também bastante do novo protagonista deste capítulo, interpretado pelo Josh O'Connor, que segura bem o filme e traz uma certa energia diferente, ajudando a manter o interesse mesmo quando a narrativa dá voltas a mais. Tecnicamente, é talvez o melhor capítulo da saga. Os cenários são incríveis, a cinematografia é lindíssima e há um cuidado visual em todos os momentos. Nesse sentido técnico, adorei mesmo, talvez mais do que os capítulos anteriores. O problema volta ao mesmo ponto: o mistério principal. Com quase duas horas e meia de duração, o filme parece maior do que precisava de ser. Não é parado, mas torna-se repetitivo. Sempre que parece estar perto da resolução, surge mais uma revelação, mais um desvio, mais um mini-mistério. Em vez de aumentar a tensão, isso acaba por desgastar. Por mim, o Wake Up Dead Man ganhava bastante se tivesse menos de duas horas e fosse mais direto. Ainda assim, não deixa de ser uma agradável proposta. Quem procura um murder mystery vai encontrar exatamente aquilo que espera. No meu caso, sinto que não é o melhor filme da saga. Espero que, se houver um quarto filme, consiga refrescar a fórmula e resistir à tentação de enrolar só para parecer mais complexo. Mesmo com essas reservas, gostei, valeu a pena e foi um bom tempo passado.
Em 15 Dec 2025
