Autor: Filipe Manuel Neto
**Inteligente e arrepiante.**
Quando vi este filme tinha poucas expectativas sobre ele. Quem conhece os filmes de terror e o género sabe que não é tão fácil assim encontrar um filme que seja capaz de nos surpreender verdadeiramente. E, assim, não me senti surpreendido por este filme... mas também não fiquei insatisfeito com ele.
A história gira em torno de um escritor de livros baseados em crimes verdadeiros. Ao ir viver para a casa onde ocorreu um dos crimes que anda a investigar, acaba por encontrar, inadvertidamente, um monte de filmes antigos, em fita Super 8, com cenas caseiras misturadas com macabros assassinatos. A curiosidade, e a sensação de ter tropeçado em algo que é muito maior do que aquilo que esperava encontrar, vão levá-lo a uma investigação individual aos crimes e aos vídeos, a qual irá colocar em perigo a sua vida e a vida da sua família.
O roteiro é interessante e apelativo, mas não traz nada de verdadeiramente novo. Já vimos muitas coisas parecidas e, se você está à espera de ver litros de sangue falso, esqueça... O filme é mais psicológico do que gráfico, e o que é mais assustador é precisamente o que as câmaras não mostram, mas sabem sugerir. As cenas dos crimes são verdadeiramente notáveis e foram feitas de maneira inteligente. O filme fica cada vez mais intenso à medida que ocorrem os acontecimentos que revelam a verdadeira natureza do assassino. O final é, pelo menos, inesperado. A banda sonora acompanha cada momento com grande discrição, conseguindo evitar a imposição da acção do filme. Scott Derrickson, o director/argumentista, merece os louros, assim como Ethan Hawke, que traz a personagem principal à vida.
Em 25 Apr 2018