Autor: Filipe Manuel Neto
**Um filme de terror feito sob uma perspectiva original.**
Este filme, ligeiramente baseado num caso real, ocorreu na Alemanha e conta a história de um padre católico, julgado sob acusação de homicídio por negligência após um exorcismo fracassado. Dirigido por Scott Derrickson, que também assegura o roteiro com Paul Harris Boardman, o filme tem Laura Linney e Jennifer Carpenter por protagonistas.
Este é um filme feito de uma forma original: com base na fórmula tradicional dos filmes de exorcismos, centra-se nas consequências do exorcismo. Não é para todos os públicos, contém algumas cenas chocantes mas é muito mais leve (visualmente) que outros filmes semelhantes. O terror é mais psicológico que visual, embora Jennifer Carpenter, que interpreta Emily, seja excelente na altura de fazer trejeitos e caretas assustadoras. O filme mantém uma postura muito aberta em relação ao exorcismo, com o tribunal a expor argumentos a favor e contra o que aconteceu. Não assume que o diabo existe, embora isso esteja subentendido em todo o filme.
A interpretação de Jennifer Carpenter é regular, apenas se destacando nas cenas de horror e contrastando com a boa interpretação de Laura Linney (que interpreta Erin, uma advogada de defesa céptica, confrontada com algo para além da sua compreensão) e de Tom Wilkinson, que deu vida a um padre visivelmente guiado pela fé e não pela razão. Infelizmente, quase todas as outras personagens são meros adereços e nunca merecem um maior desenvolvimento. Outra grande falha deste filme são os efeitos especiais e visuais. Em certas cenas, resultam muito bem e podem assustar o suficiente, mas outras vezes são tão estranhas e tão mal feitas que parecem ridículas, especialmente quando vemos o filme uma segunda vez. A banda sonora procurou acompanhar o filme, mas não é diferente do que ouvimos em centenas de outros filmes de terror.
Em 18 Mar 2018