Autor: Filipe Manuel Neto
**Um filme de desastres com sentimentos.**
Este filme aborda o fim do mundo na perspectiva americana tradicional: um cometa recém-descoberto ameaça destruir o planeta e os EUA lideram a cruzada para eliminar essa ameaça.
Apesar da óbvia propaganda imperialista americana que aparece aqui implícita, o filme é bom, especialmente para os que gostam de filmes de catástrofes. A sua história tem uma forte semelhança com "Armageddon" ou ainda "Dia da Independência", mas há grandes diferenças entre esses filmes. Uma dos mais notáveis é que este filme dá mais atenção à construção das personagens do que qualquer um dos citados, os quais concentram toda a atenção nos eventos trágicos. Infelizmente, isso faz com que seja um filme mais lento do que poderíamos pensar à primeira vista. Há pessoas que vêem isso como algo bom (eu não tive qualquer problema com isso), mas há uma série de outras pessoas que querem mais acção e ficarão um pouco frustradas com a lentidão com que tudo acontece. Os efeitos especiais foram muito bem feitos e são grandiosos, embora pareçam um pouco inacreditáveis.
As personagens foram muito bem desenvolvidas, muito mais do que na maioria dos filmes do género, o que ajuda muito a chamar a atenção do público. Elijah Wood e Leelee Sobieski podem ser particularmente tocantes e, apesar da pouca idade, conseguem uma boa química juntos. Mesmo assim, há momentos em que exageram no sentimentalismo. O resto do elenco (onde podemos ver actores experientes como Robert Duvall, Vanessa Redgrave ou Morgan Freeman) tem um registo muito mais contido e desinteressante, o que é um pouco surpreendente. Ainda assim, Freeman e Duvall sempre foram um pouco melhores que o resto dos seus pares, embora as suas personagens sejam relativamente pequenas na história (podemos até pensar que o talento dos actores foi mal utilizado). Já Tea Leoni foi claramente um erro de elenco, ela nunca realmente conseguiu entender a personagem dela.
Em 13 Jun 2018