Autor: Filipe Manuel Neto
**Apesar de ser um dos grandes filmes da carreira de Will Smith, é um filme fraco e pouco interessante.**
Acho que quase todos os que já viram filmes de super-heróis, especialmente os de maior orçamento, se perguntaram como é possível que aqueles heróis sejam tão destrutivos: para eliminarem um inimigo ou um perigo, destroem metade de uma cidade como dano colateral. Este filme trabalha precisamente em cima disso: Hancock é um super-herói que não parece ter vontade de o ser, e que não sabe lidar com isso. Em consequência, e apesar de ser eficaz no que faz, ele é bastante destrutivo e impopular até ao dia em que arranja um gestor de imagem.
Apesar de Will Smith ser um daqueles actores que nunca realmente apreciei muito, tenho de reconhecer que ele fez muito bem ao apostar neste filme. A personagem é perfeita para o actor, que parece ser tão carismático quanto rabugento, e o esforço de Smith acaba por se tornar no grande motivo para vermos o filme. Smith dá-nos um trabalho muito bem feito e consegue suportar o esforço e responsabilidade do protagonismo com grande capacidade. Charlize Theron também merece uma nota positiva pelo trabalho que nos deixou neste filme. Jason Bateman dá vida à personagem mais simpática e palatável do filme, mas não tem material para ombrear com os colegas.
Infelizmente, além do trabalho de Smith e dos seus colegas de elenco, o filme não tem realmente muito mais a oferecer-nos. O roteiro parte de uma ideia muito interessante, mas não consegue dar-lhe corpo e desenvolve-a de modo muito ineficiente. O resultado acaba sendo um filme francamente desigual, onde um bom começo redunda num marasmo maçante e, depois, num final altamente previsível e cansativo. A nível técnico, podemos destacar, pela positiva, a qualidade da cinematografia e dos efeitos CGI usados, bem como a banda sonora eficaz e adequadamente utilizada. Tudo o resto é simplesmente aborrecido e pouco digno de uma menção particular.
Em 20 Apr 2023