Autor: Pedro Quintão
Beetlejuice Beetlejuice traz-nos de volta ao universo peculiar de Tim Burton com uma abordagem leve, divertida e interessante. Para os fãs do filme original, é uma viagem nostálgica que resgata a essência do que tornou este mundo tão cativante. Desde o primeiro segundo em que a icónica música dos créditos iniciais toca, que é impossível não nos sentirmos fascinados e ansioso por voltar a entrar naquele universo de Tim Burton. Contudo, para quem desconhece a saga, entrar no espírito deste filme pode ser um desafio, pois o estilo único e excêntrico pode não agradar a todos, fazendo com que "torçam o nariz" perante tal excentricidade.
O argumento foi escrito para agradar os fãs e apelar ao saudosismo, pois é um pouco previsível, e os twists não têm grande impacto devido à falta de intensidade nas subtramas. Aliás, o que não falta aqui são demasiadas histórias interessantes, contudo nunca trabalhadas de forma rica. O potencial está lá, mas a previsibilidade e a falta de surpresas numa narrativa relativamente limitada enfraquecem a experiência, deixando a sensação de que poderia entregar uma história mais marcante.
Os efeitos práticos são um ponto forte, destacando-se artisticamente de outras grandes produções que apostam mais no CGI. A maquilhagem é impressionante, e o visual das personagens é um verdadeiro delírio criativo e visual que capta o charme bizarro do universo de Burton. Nesse aspeto, é uma obra que deslumbra.
Apesar de ser divertido e visualmente apelativo, o filme peca pela narrativa principal fraca e por várias subtramas que ficam por explorar. A falta de um enredo mais sólido faz com que, por vezes, o filme pareça perdido, sem um rumo definido. Ainda assim, é uma experiência que vale a pena, especialmente pela nostalgia que nos acompanha desde os primeiros segundos dos créditos até ao último segundo.
Em 09 Sep 2024