Autor: Filipe Manuel Neto
**Um sucesso comercial, de crítica e de merchandising… mas com uma história cliché.**
Quando saiu, este filme foi publicitado e vendido como se fosse pão quente. Era uma febre. Uma mania. Eu já era bastante crescido, não me senti particularmente dentro do público alvo que o filme queria atingir, e fiquei realmente exausto de ver e ouvir falar do filme em toda a parte, e em qualquer objecto que se pudesse vender. Então, ignorei-o sacramentalmente, bem como a todas as sequelas, até hoje.
O que mais surpreende e encanta neste filme são os extraordinários visuais e as animações, tão naturais e autênticas que se podia dizer serem verdadeiras. A produção usou toda a tecnologia que o dinheiro pode comprar, e não duvidemos, há realmente milhões de dólares investidos no filme! As cenas de corrida, na pista de automóveis, são particularmente magníficas porque toda a velocidade e emoção são realmente transportadas para a cena, e para o público. As cores e os cenários também são incríveis, e a banda sonora, não tendo nada de relativamente notável ou marcante, tem uma boa sonoridade e combina com o filme. O filme conta com vários nomes sonantes que emprestaram as suas vozes às personagens do filme. Owen Wilson fá-lo de modo impecável e Paul Newman e Tony Shalhoub também fazem um trabalho muito bom.
Onde eu realmente fiquei com dúvidas é no roteiro. Sinceramente, tem os seus momentos de qualidade, é interessante o suficiente para não acharmos que está a ser infantil demais ou a ser maçador. Todavia, é realmente um gigantesco cliché: o jovem arrogante e ambicioso que tem de passar por uma lição de humildade e de altruísmo para valorizar os outros, encontrar o amor e obter a vitória que deseja. Vemos isto em quase todos os filmes moralmente simpáticos, com as suas ‘nuances’ e diferenças. Isso é um problema? Sinceramente, acho que sim, que não é algo que favoreça o filme, mas também não é algo que nos deva levar a não o ver.
Em 31 Dec 2022