Autor: Pedro Quintão
Se o primeiro Final Destination foi o pontapé de saída para uma ideia original, mas ainda tímida, é em Final Destination 2 que a saga começa verdadeiramente a encontrar o seu ADN. Aqui, sentimos que os produtores perceberam o que o público queria: mais tensão, mais criatividade nas mortes e um tom mais abertamente divertido, sem nunca deixar de lado o suspense que sustenta o conceito.
Este segundo capítulo consegue expandir de forma inteligente o universo do primeiro filme, introduzindo a ideia de que há uma lógica por trás da ordem das mortes e que, talvez, haja uma forma de quebrar o ciclo. Essa exploração do “lore” é feita sem parecer forçada ou expositiva. A narrativa é mais coesa e direta ao ponto, sem arcos desnecessários ou personagens a vaguear em subtramas irrelevantes.
O regresso de Ali Larter é um dos pontos altos. A sua presença dá continuidade emocional à história e funciona como ponte entre os dois filmes. O novo elenco, ainda que não muito desenvolvido, tem mais carisma do que o do primeiro filme, e a dinâmica entre as personagens acaba por funcionar.
E claro, não se pode falar deste filme sem mencionar a cena do acidente na autoestrada. Que para mim, é a mais memorável de toda a saga. Um momento que ficou gravado no imaginário coletivo ao ponto de ninguém voltar a olhar para um camião com troncos da mesma forma. As mortes que se seguem são mais ousadas, mais criativas em comparação com as dos filme original e com um crescendo de suspense que deixa o espectador sempre alerta.
Final Destination 2 não é uma obra-prima do cinema de terror, mas é um exemplo claro de como uma sequela pode pegar num conceito inicial e torná-lo mais eficaz e mais marcante. Finalmente, o tom que viria a definir a saga está aqui plenamente assumido. Um filme que diverte, impressiona e, acima de tudo, nos prende até ao fim.
Em 23 Apr 2025