Autor: Pedro Quintão
Shelby Oaks prometia ser um filme muito mais atmosférico, quase alternativo, daqueles que nos deixam desconfortáveis só pela forma como a tensão é construída. Pelo menos, era isso que eu estava à espera. Mas a realidade é bem menos diferentes.
O filme começa com o formato found footage, quase como um doce sobre o desaparecimento de uma youtuber e, honestamente, essa primeira parte é ótima. Tem aquela atmosfera misteriosa que me prendeu imediatamente e fez-me acreditar que a história iria escalar para algo sufocante e verdadeiramente arrepiante.
Depois disso, tudo mudou. Quando o filme abandona esse formato e passa para uma narrativa mais convencional, perde grande parte do que o tornava promissor. Deixa de existir a atmosfera negra, deixa de existir tensão e, acima de tudo, deixa de existir qualquer sensação forte de terror. O que sobra é uma produção perfeitamente funcional, mas absolutamente comum e sem nada de especial. Não é mau ao ponto de irritar, mas também não é bom ao ponto de merecer elogios. É mediano em todos os sentidos. Percebo perfeitamente as críticas negativas, até porque Shelby Oaks foi vendido como algo inovador e diferente de tudo o que tinha sido feito nos últimos tempos. Criou expectativas gigantescas e acabou por entregar uma experiência banal, sem grande identidade. No fundo, é daqueles filmes que parece que vai dar tudo e afinal não dá nada.
Em 01 Dec 2025