Autor: Filipe Manuel Neto
**Um fim digno para Bridget Jones.**
No geral, gostei deste filme, e penso que representa um final digno para a trilogia de Bridget Jones. Não é um filme muito bom, mas é caloroso, tem uma história engraçada e dá-nos de novo a maioria das personagens que gostamos. Pessoalmente, gosto mais deste filme do que do seu antecessor, que me pareceu mais desgastado e sem alma. Neste filme, o impensável acontece e Bridget engravidou… mas ela não sabe quem é o pai! Por um lado, pode ser Mark Darcy, o seu eterno amor, mas também pode ser Jack, um envolvimento de uma noite que ela teve num festival.
O filme é previsivelmente o último em que veremos Bridget Jones e as suas aventuras. Não só a fórmula está já bastante desgastada como também os actores envelheceram e estão agora em outro patamar das suas vidas. O maior problema deste filme, de facto, é a previsibilidade do seu roteiro, onde conseguimos antever com alguma certeza o que vai acontecer. Até mesmo quem é o pai da criança! As piadas não trazem nada de novo, mas as vezes funcionam, e o filme não é feliz na tarefa de nos fazer rir, mas também não nos deixa aborrecidos. Infelizmente, não senti entre o trio de actores principais a mesma química que se observava no passado. O filme tem uma série de sub-enredos desinteressantes, colocados para preencher tempo e espaço, porque nada de relevante vem de nenhum deles.
De novo, Renee Zellwegger volta a uma das personagens que lhe rendeu notoriedade e fortuna, mas a actriz acusa já a sua idade, com rugas de expressão visíveis e uma falta de jovialidade que a personagem também vai, gradualmente, assumindo. Ela é uma boa actriz, todavia, e brinda-nos com mais um trabalho muito competente, fechando da melhor forma este seu trabalho. Ao seu lado, um maduro mas elegante Colin Firth continua fresco e impecável no papel de Darcy. Escalado para este filme, Patrick Dempsey fez um trabalho satisfatório, mas algo morno, como de resto pedia a sua personagem, um intelectual fã de algoritmos que fez fortuna com um site de relacionamentos. Emma Thompson é uma boa comediante, mas a personagem é demasiado séria para ela poder realmente pôr a uso os dotes cómicos que lhe reconhecemos. Gemma Jones e Jim Broadbent são apostas seguras, mas raramente são de facto aproveitados. Sarah Solemani é igualmente uma boa adição, mas também acrescenta pouco ao filme.
De novo, o filme assume os seus créditos britânicos com uma cinematografia discreta, mas eficaz e funcional, aproveitando da melhor maneira os bons cenários e, também, os excelentes locais de filmagem seleccionados para o filme. Temos um bom equilíbrio de luz e sombra, boas cores e uma excelente edição, com o filme a não perder tempo nem a arrastar-se. Os figurinos também são muito bons, e a banda sonora cumpre bem o seu papel, sem sobressair ou decepcionar.
Em 07 Nov 2021