Autor: Filipe Manuel Neto
**Com novos actores e um novo director, o filme apresenta-nos uma cópia barata de tudo o que já vimos antes… não é mau, mas não tem qualquer impacto.**
Depois de dois filmes muito bons, alguém teve a má ideia de continuar a franquia com o terceiro filme. A trama é a mesma, as personagens também são, mas os actores não. Chris Columbus, que dirigiu os dois filmes iniciais, também não voltou a meter-se no projecto e foi substituído por Raja Gosnel, que tinha editado o segundo filme e se estreou, assim, na cadeira da direcção. E levando em conta a obra cinematográfica que se seguiria nesses anos, teria sido certamente melhor nunca o ter feito: é um fraco director.
O filme não é verdadeiramente mau graças a John Hughes, o argumentista dos dois filmes iniciais, que a produção conseguiu segurar para mais um trabalho. Hughes assegura-nos a coerência indispensável à criação de uma obra maior, isto é, garante ao filme a harmonia necessária para se ligar aos antecessores num trabalho maior, que não é uma trilogia por não acompanharmos Kevin em mais uma aventura solitária. Ao invés, e dado que não ia contar com Macaulay Culkin, o filme preferiu recauchutar as personagens e fazer uma espécie de remake do primeiro filme com ‘nuances’ que não o deixam ser tão redundante. Infelizmente, a qualidade do trabalho final é comparativamente muito inferior.
Assim, o argumento apresenta-nos a mesma história, com pingos de sal: os ladrões agora são em maior número e aparentemente mais profissionais, e procuram algo concreto que o herói não sabe o que é. No entanto, as diferenças acabam aqui. Alex Linz é uma adição positiva ao elenco e atrevo-me a dizer que teria sido perfeito para o papel se o público se não tivesse já apaixonado por Culkin e pela sua personalidade única. Aqui, a maior falha está em nós, não nos actores. A introdução do papagaio também serviu bem os intentos do filme e a generalidade dos actores está bem: eu destacaria, pela positiva, o trabalho de David Thornton, Rya Kihlstedt e Olek Krupa. No entanto, a maioria das piadas parece a cópia barata de tudo o que nós já vimos e o filme falha em apresentar-nos algo que valha a compra do bilhete e que seja especialmente novo e apelativo.
Em 17 Sep 2025