Autor: Filipe Manuel Neto
**Uma comédia refinada, com um humor tipicamente britânico.**
Vi este filme hoje na televisão por mero acaso. Já tinha conhecimento dele, mas nunca o tinha visto do início ao fim. Dirigido por Michael Hoffman (director que desconhecia e de que, penso eu, este é o primeiro filme que vi), o filme tem um roteiro assinado pelos notáveis Irmãos Cohen... e eu só penso em como o filme poderia ter ganho se os dois tivessem, igualmente, assegurado a cadeira do director. Ainda assim, esta comédia, um remake de um filme mais antigo do qual aproveita muito pouco material, tem valor e é engraçada.
A trama gira em torno de uma pintura de Monet, e da animosidade entre Harry Deane, um curador de arte manhoso e criativo, e Lionel Shahbandar, o seu patrão, vaidoso e arrogante. Porém, para o enganar, vai precisar da ajuda de uma jovem texana que promete agitar as coisas com a sua maneira intensa de ser.
Colin Firth, Alan Rickman e Cameron Diaz dão vida às três personagens centrais da história. Firth é o arquétipo do perfeito cavalheiro inglês, contido e formal, contrastando radicalmente com a personagem alegre, espevitada e jovial interpretada por Diaz. Juntos, porém, exalam uma excelente química e é evidente, desde o início, a atracção que ambos vão sentir. Rickman é bom no papel de um homem rico, frio e arrogante, a quem o dinheiro tornou egocêntrico e pomposo. Apesar de tudo, fiquei com a sensação que a personagem de Diaz era demasiado caricatural, e o forte sotaque texano soava constantemente a falso.
Com uma boa fotografia e uma banda sonora interessante, o filme destaca-se pelas piadas de situação e pelos diálogos, onde o bom humor britânico, cheio de ironia e sentido crítico, tem lugar garantido. Não é o tipo de filme que nos faz cair à gargalhada, mas vai conceder alguns momentos agradáveis a quem gostar deste tipo de comédia.
Em 15 Sep 2019