Glória Feita de Sangue

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Lançamento: 25 Oct 1957 | Categoria: Filmes

Glória Feita de Sangue

Nome original: Paths of Glory

Idiomas: Inglês

Classificação:

Genero: Guerra, Drama, História

Site:

Poster: Ver poster

Produção: Bryna Productions, United Artists, Harris-Kubrick Productions

Sinopse

Em 1916, durante a Primeira Guerra Mundial, Mireau (George Meeker), um general francês, ordena um ataque suicida e como nem todos os seus soldados puderam se lançar ao ataque ele exige que sua artilharia ataque as próprias trincheiras.

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Reviews

Autor: Filipe Manuel Neto

**Um filme curto e objectivo, com uma mensagem clara e ainda pertinente, além de uma enorme actuação de Kirk Douglas.** Há vários filmes sobre a Primeira Guerra Mundial, mas este está longe de ser visto pelo público como um dos melhores. Na verdade, parece-me até um pouco esquecido hoje. É, todavia, oportuno e actual na sua mensagem pacifista em que o maior absurdo da guerra é enfatizado numa história, parcialmente verdadeira, em que um grupo de três soldados franceses é fuzilado por covardia após integrar um ataque inglório a uma posição alemã muito mais forte e mais preparada. Stanley Kubrick é um director a que ninguém fica indiferente: ou se adora ou se detesta. Ele parece ter tido gosto em fomentar isso ao escolher temas duros, filmes incómodos e debatíveis. Este é só mais um, e eu, que adorei alguns dos seus filmes na mesma medida em que detestei outros, resolvi pôr este filme a meio da tabela. É um filme muito mais directo e fácil de entender que a maioria da sua obra posterior, mas não deixa de ser incómodo e de nos perturbar pela questões levantadas. Por exemplo, os contrastes entre o soldado comum, metido em lama numa trincheira e sujeito a morrer como um animal, e os generais, quilómetros na retaguarda, em belos palácios onde não se dispara um tiro nem por acidente. Inteligentemente, Kubrick concentra-se na óbvia injustiça da punição como prova do absurdo desumano da guerra e de certas lideranças. Assim, o filme é simples, directo, curto (não chega a uma hora e meia de duração) e abrasivo. A cinematografia a preto-e-branco é muito nítida, luminosa e trabalha bastante a luz e a sombra. A edição é eficaz e a banda-sonora quase imperceptível pela discrição. Os cenários e figurinos são dignos de uma grande produção. Porém, não há cenas de acção e as cenas de combate não têm por foco a intensidade da luta, mas sim o seu lado mais humano. É outra perspectiva da guerra: quem procura acção não vai ter o que quer, mas quem deseja um filme mais profundo tem um prato cheio aqui. Kirk Douglas é o grande protagonista ao dar vida a um coronel que se incumbe de levar a cabo a defesa dos militares sob julgamento. Os esforços que desesperadamente leva às últimas instâncias são notáveis, mas como a sentença estava pré-determinada, o tribunal é só uma mascarada sórdida. Douglas começa por ser cordial e contido, um oficial às ordens, parte da engrenagem, mas muda gradualmente à medida que a personagem dele é confrontada com toda aquela brutalidade, e isso é realmente um meritório esforço para qualquer actor. Não conheço bem o trabalho dele ainda, mas eu não me surpreenderia se este fosse um dos melhores filmes de Douglas. Infelizmente, e sem desprestígio para os esforços de Adolphe Menjou e Joe Turkel, o restante elenco não o acompanha de todo.

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