Autor: Filipe Manuel Neto
**Apesar do bom trabalho dos actores e da equipa, é uma série fútil, voltada principalmente para o que o dinheiro pode comprar.**
Eu vi esta série quando tinha vinte anos. Na época não me chamou a atenção, vi porque fui empurrado por uma namorada que eu tinha então e que realmente gostava da série. Para ser sincero, ainda hoje não é uma série que chame a minha atenção. É muito fútil: a vida, os amores e os escândalos da juventude rica de Nova Iorque. Amores irritados, ódios mesquinhos alimentados por ninharias, roupas elegantes e ambientes luxuosos... esta série não deve ser levada a sério.
As personagens são subdesenvolvidas como se fossem feitas de papelão. O roteiro concentra-se em questões supérfluas, tão empolgadas que parecem dramas existenciais, muito ao gosto de um jovem bem-nascido mas que nunca lutou por nada na vida. Esse tipo de jovem com dinheiro mas sem cultura e sem berço, ou seja, sem uma família onde receber a cultura que o dinheiro ainda não pode pagar. Para o público da série, os vestidos caros e chamativos, as limusinas e os apartamentos em arranha-céus são o suficiente. Este é o retrato da elite americana de sucesso.
O elenco é formado principalmente por jovens actores e é liderado por Blake Livelly, Leighton Meester e Ed Westwick. Apesar da juventude e da futilidade da série, acho que o elenco estava bem e temos actores promissores aqui, que podem trabalhar, no futuro, em papéis mais sérios e profundos.
Chamem-me elitista, mas eu não vi uma elite nesta série. Para mim, não há dinheiro para substituir a cultura, o berço de uma família tradicional, mesmo sem grande riqueza. Portanto, esta série não é muito do meu agrado. É voltado para um sistema de valores que não compartilho. No entanto, reconheço nesta série o bom trabalho dos actores e da produção, embora eu ache a série como um todo extremamente fútil.
Em 09 Mar 2020