Autor: Pedro Quintão
Novocaine é uma surpresa no universo dos filmes de ação, algo que, à primeira vista, pode parecer mais um filme de ação genérico com cenas no estilo de John Wick ou Nobody. No entanto, a premissa que oferece um protagonista imune à dor e que usa o seu próprio corpo como uma arma acaba por se assumir como uma lufada interessante ao género. A violência física, aqui é forte e explícita, funcionando como uma metáfora para a sua incapacidade de sentir as consequências das suas ações.
O elenco é sólido, com destaque para o trabalho de Jack Quaid, que consegue ser vulnerável, enquanto ao mesmo tempo se revela uma verdadeira arma.
A narrativa não é revolucionária, mas entrega-nos um excelente plot twist que nos prende ainda mais até à resolução final. No entanto, o filme peca por seguir um arco narrativo secundário algo previsível. O clichê sobre a polícia perseguir o protagonista, pois acusam-no de ser cúmplice dos vilões. É algo batido, cansado e que já vimos em dezenas de outros filmes.
A violência, como mencionei, é um dos maiores trunfos de Novocaine. É uma violência brutal, desconfortável, que não tenta esconder as consequências físicas da luta constante. Isso faz com que o filme se distinga por sua crueza, mas também pode ser um fator de desconforto para quem tiver o estômago mais sensível.
Em resumo, Novocaine é um filme de ação que se destaca pela sua premissa original e pela brutalidade das suas cenas de combate. Apesar de cair num ou noutro cliché previsível, tem momentos de grande intensidade e consegue manter o espectador interessado até ao fim. Não é uma obra-prima, mas certamente oferece uma boa dose de entretenimento para quem aprecia filmes de ação.
Em 16 Apr 2025